Em pré-campanha para governo, Rogério Carvalho (PT), apesar de ser o nome do Partido dos Trabalhadores para a disputa majoritária em Sergipe, não tem conseguido atrair como esperado o eleitorado lulista no estado. Com isso, o projeto político do parlamentar tem perdido fôlego, situação provocada por um eleitorado de Lula pulverizado entre as figuras de Valmir de Francisquinho (PL) e de Fábio Mitidieri (PSD), e aliada ao descontentamento da base nacional pelos votos contraditórios a favor do Orçamento Secreto de Bolsonaro e implicâncias de Carvalho sobre a possibilidade de lançamento da filha de Lula, Lurian Silva (PT), na política sergipana, o que fez a eleição não se nacionalizar, dificultando as possibilidades do senador.
A força de Lula em Sergipe é indiscutível, mas isso não significa exatamente transferência de aceitação ao seu pré-candidato ao governo. O sergipano que tem acompanhado o líder nacional esquerdista não necessariamente apoia fidedignamente Rogério Carvalho. Isto porque boa parte do eleitorado que prefere o ex-presidente, tende a votar em Valmir de Francisquinho, mesmo sendo palanque de Bolsonaro (PL), por uma identificação de sua figura popular que se assemelha ao líder nacional; outra parcela da esquerda, acompanha Mitidieri, que já declarou votar no candidato do PT à presidência.
Além desses fatores, o que também explica a não decolagem da pré-candidatura de Rogério perante o eleitorado de Lula, é um mal estar que gira em torno do pedido do líder esquerdista nacional para que os seus eleitores não dêem respaldo aos políticos que aprovaram o que ficou conhecido como Orçamento Secreto: Rogério é um deles. E com o agravante de ter sido dele o voto decisivo para a aprovação do projeto.
Dessa forma, a campanha de Rogério não tem ganhado forma e a cúpula do PT claramente tem um problema para resolver em Sergipe. A própria trajetória e o fogo amigo provocado pelo senador dentro do seu partido o trouxe até uma situação difícil, enquanto o eleitorado de Lula tem voltado as intenções para outros nomes à disputa de governo estadual. O cova que Carvalho cavou com seus próprios pés parece ser difícil de escalar e nem mesmo um evento com a presença de Lula parece ter sido capaz de dar fôlego ao senador. A situação é tão crítica, que alguns movimentos sindicais historicamente ligados ao PT aguardam lançamento de candidatura independente do Psol por não desejarem acompanhar RC.