A manifestação concreta de participação do PSD no processo de Valmir de Francisquinho (PL), pré-candidato ao governo que tem liderado todas as pesquisas de intenção de voto, pode ser um verdadeiro “tiro no pé” praticado pelos governistas que fazem a pré-campanha de Fábio Mitidieri. Com o agrupamento já enfraquecido perante a opinião popular, as investidas contra Valmir geram o sentimento de perseguição sobre o eleitorado, levando a um maior engajamento de apoio a Valmir.
De acordo com a coordenação da pré-campanha de Valmir, o PSD teria contratado dois escritórios de advocacia para dar assistência à acusação no processo de possível abuso de poder político que está sendo arrolado em Brasília e pode gerar a inelegibilidade de Francisquinho. O partido de Mitidieri teria acionado Boverio & Machado Advogados e Sérgio Victor Advocacia, e, ainda, mais dois causídicos para dar sustentação a causa contra o itabaianense: Ricardo Martins Jr, advogado dos Nardoni, casal acusado de assassinar a filha, e Celso de Barros Correia Neto, ex-chefe de gabinete do ministro Gilmar Mendes.
O julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que dará ultimato ao caso de Valmir será amanhã (23), depois de suspenso no início deste mês, com um voto contrário ao ex-prefeito, quando o ministro Carlos Horbach pediu vistas. Mas diante disso, independentemente do resultado, os efeitos dessa ambição do PSD à Fábio Mitidieri já são desastrosos.
Os adversários de Francisquinho vêem a sua retirada do pleito eleitoral como única chance de sucesso nas urnas, portanto concentram esforços em barrar sua futura candidatura. Contudo, a revolta que seria gerada nos sergipanos com um impedimento garantido pela força dos situacionistas, não somente provocaria um desgaste do grupo, mas lançaria de vez por terra as chances de algumas velhas raposas continuarem no comando do estado. Isso porque, mesmo no caso de Vamir não ser candidato, a força de um nome da oposição apoiado por ele ainda seria implacável frente à ala dos correligionários de Belivaldo.