Na disputa eleitoral deste ano, as campanhas de Fábio Mitidieri (PSD) e Rogério Carvalho (PT) têm se utilizado de uma narrativa equivocada para quem há pouco tempo esteve participando do mesmo grupo que está no poder há praticamente 20 anos. Ambos estão buscando se posicionar para o eleitorado como opções de renovação, um se passando como novidade e o outro levando uma ideia de mudança que beira o cinismo.
A começar por Mitidieri, a própria estratégia de se portar como uma opção de renovação demonstra desespero do grupo, ao ficar nítido que é uma tentativa de se distanciar da imagem desgastada do líder do agrupamento, o atual governador Belivaldo e sua gestão que tem alto índice de rejeição. Com isso, a situação do pessedista é tão confusa, que em vários momentos da campanha o postulante reconhece que nos últimos anos o estado não conseguiu resolver determinados problemas urgentes, como se ignorasse estar sendo apoiado pela máquina estatal.
Do lado de Rogério, sabe-se que até pouco tempo o senador teve participação no Governo de Sergipe, tendo vários de seus aliados e correligionários de partido no comando de setores do Estado. Ainda mais, o petista, além de ter atualmente dentro do seu grupo como candidata a deputada federal a vice-governadora Eliane Aquino (PT), também marcha com Jackson Barreto (MDB), que além de ter sido governador, fazendo parte de governos há mais de uma década, tem influência determinante na campanha, indicado o vice, Sérgio Gama, para a chapa petista.
O rompimento entre o grupo de Belivaldo e os petistas para a atual eleição não apagou as marcas da união umbilical de quase 20 anos. Perante o eleitorado, a insistência das duas frentes em tentar imprimir a ideia de renovação e mudança não tem surtido efeito. Isto se dá, principalmente, por conta do aparecimento de Valmir de Francisquinho (PL), que enquanto candidato incorporou de maneira espontânea o ideal de mudança e renovação de gestão como um fenômeno de popularidade pouco visto na história filé Sergipe. Dessa forma, Mitidieri e Rogério permanecem estagnados há pouco mais de 15 dias para as eleições, enquanto o ex-prefeito de Itabaiana deverá vencer ainda no primeiro turno.