Recentes casos de tentativas de descredibilizar profissionais da imprensa e diversas ameaças, além de outras manifestações de violências contra jornalistas e meios de comunicação, se intensificaram em Sergipe com os constantes ataques, principalmente, de políticos e autoridades públicas que usam, inclusive, meios jurídicos.
Um exemplo repercutido no estado foi o caso de Gleice Queiroz, que anteriormente comandava a comunicação da Seduc. A jornalista foi exonerada, após, segundo ela, ter sofrido uma série de assédio moral, e ser alvo de um processo movido pelo vice-governador Zezinho Sobral (PDT), por apenas ter usado uma cara de palhaço numa foto e postado em suas redes sociais a soma dos salários do pessedista.
Ainda houve também o mais recente episódio envolvendo o jornalista Luís Carlos Focca, da TV ITNET, e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Outro exemplo recente foi o caso da Revista Realce que, logo após trazer à tona possíveis articulações de Márcio Macedo (PT) para barrar Rose Rodrigues do comando do Incra, foi alvo de intimidação da equipe do ministro, com ameaças de medidas judiciais e uso de órgãos governamentais como instrumento político.
A revista, que se mantém firme em sua linha editorial, também teve matérias judicializadas por Fábio Mitidieri (PSD) durante as eleições. Como o furo do caso de George Martins (PSD), responsável pela ação que tirou Valmir de Francisquinho (PL) das eleições, e que havia recebido doação do atual governador para sua então candidatura a deputado estadual. A Realce ainda foi acionada após dar o furo da ida do governador a Brasília para articular a queda do ex-prefeito.
Todos eles são exemplos claros de tentativas de intimidar a imprensa. Quando não conseguem levar os veículos as suas bases, perseguem. Por vezes pressionam alguns deles, inclusive, rebaixa uma minoria para entrar num jogo sujo de atacar colegas de profissão, quebrando uma aliança firme que existe dentro da categoria, que é da união em prol dos colegas do setor, afinal, quem hoje não é atacado, amanhã poderá ser.
Os casos em Sergipe revivem as censuras impostas na ditadura, porém, usando inescrupulosamente a lei, afetando o livre exercício da atividade da imprensa, buscando vencer os veículos pelo cansaço. É urgente que medidas cabíveis sejam tomadas, o quanto antes, para que a liberdade dos profissionais da comunicação prevaleça.
A Realce, com um grupo de jornalistas voluntários, prepara um movimento para checar os ataques à imprensa sergipana com objetivo de inibir as perseguições políticas, feitas seja por meios jurídicos ou até mesmo com o uso de colegas de imprensa que são coagidos financeiramente, aos profissionais que não conseguem desempenhar livremente seu trabalho.