A tradicional coluna da Realce traz, mais uma vez, os principais fatos dos bastidores e movimenta o cenário político, além de repercutir amplamente suas informações em demais veículos de imprensa e mídias sociais. Confira:
Tapetão
Nas últimas décadas, muitos resultados ligados ao esporte, em especial, no futebol, foram decididos fora dos gramados. O famoso ‘tapetão’ é o termo pejorativo utilizado quando, por qualquer motivo, as decisões quanto aos vencedores de partidas ou de campeonatos ficam nas mãos de julgamentos na esfera judicial. Cenário bem semelhante ao da corrida eleitoral de Sergipe em 2022, em que Valmir de Francisquinho (PL), com certeza, seria o vencedor do primeiro turno ou no primeiro turno, se não tivesse sido prejudicado por uma explícita perseguição de seus adversários, principalmente, considerando a maioria esmagadora de votos recebidos no primeiro turno. Com sua saída do páreo, Rogério Carvalho (PT) tornou-se o grande favorito no segundo turno, diminuindo quaisquer chances de Fábio, que tinha uma possibilidade de virada desacreditada até por seus aliados e apostadores profissionais. Porém, após o abuso do poderio político e econômico, o resultado foi ilegitimamente favorável aos governistas.
Valmir e Emília
O cenário acima citado foi relembrado pela vereadora Emília Corrêa (Patriotas) que disputou como vice na chapa de Valmir. Para ela, quem venceu a eleição foi o terceiro colocado, referindo-se a Fábio Mitidieri (PSD) que, na disputa do primeiro turno, ficou atrás de Rogério e do ex-prefeito de Itabaiana. De acordo com a parlamentar, ficou evidente que a situação de Francisquinho não era apenas um problema jurídico, considerando que a questão da elegibilidade foi resolvida logo depois do fim do páreo. A vereadora mais uma vez tratou como ilegítima a vitória do pesedista.
Fragilidade no Saramandaia
Recentes episódios nos bastidores dos Saramandaia continuam expondo a irremediável fragilidade do grupo, ainda mais com as trocas de farpas entre o deputado estadual Sérgio Reis (PSD) e sua tia Goretti Reis (PSD).
Acordo dos Reis
Houve ou não um acordo na família Reis para apoiar Goretti em Lagarto na disputa de 2024? Esse foi um questionamento que surgiu após as recentes declarações de Sérgio, que deram a entender que não foi combinado nada a respeito. O parlamentar chegou a frisar que a decisão de sua tia em desistir do pleito do ano passado aconteceu diante de insegurança dela para uma possível reeleição, e não por um apoio na eleição seguinte.
Goretti
Outro questionamento que rondou os Reis nesta semana foi a respeito de uma atitude inusitada de vereadores aliados a Sérgio na Câmara de Lagarto. Eles teriam deixado o plenário após a chegada de Goretti para uma homenagem, e se isolaram na sala do presidente, o que foi visto por muitos como uma atitude misógina. As informações também dão conta de que Sérgio levou um puxão de orelhas pela situação que sua tia passou na Câmara. Após isso, inclusive, ele teria usado a tribuna na Alese de forma desnorteada, chegando a esquecer a gravata, o que vai contra o regulamento da Casa.
Edvaldo x Mitidieri
Não prevalece a certeza de que haverá um entendimento amplo sobre o indicado para disputa eleitoral na capital em 2024, entre o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), e o governador Fábio Mitidieri (PSD). Em mais um episódio de luta de braço de ambos, assim como ocorreu no ano passado, as informações dão conta de que o pessedista estaria articulando pelos nomes de Nitinho Vitalle (PSD) e Katarina Feitoza (PSD), que não gozam da confiança do pedetista. Este, por sua vez, quer emplacar a secretária de Saúde, Waneska Barbosa, considerando a preferência por mulheres para o comando do maior colégio eleitoral do estado.
Edvaldo x Mitidieri II
O estranhamento entre ambos surge, mais uma vez, se é que tinha um dia acabado, após o imbróglio nas eleições 2022. No pleito, Edvaldo já havia declarado pré-candidatura para governador e aparecia, inclusive, munido de pesquisas que o mostravam como favorito. No entanto, na época, o prefeito foi vítima de um massacre contra sua imagem, principalmente dentro da base governista, tudo supostamente orquestrado por seu próprio aliado, Mitidieri, que devido a tais articulações conseguiu enfraquecer internamente Nogueira e foi escolhido como candidato. Agora, mais uma vez, mesmo havendo um acordo interno para que o pedetista comande o processo sucessório em 2024, o governador já deu claros recados de que não irá cumpri-lo, como quando articulou para eleger um Presidente da Câmara aliado dele, derrotando o gestor municipal.
Simão Dias
Pouco mais de cinco meses após deixar o Palácio dos Despachos, o ex-governador Belivaldo Chagas (PSD) já estuda qual será o próximo cargo que disputará no cenário local. Dentre as possibilidades, informações dos bastidores apontam que ele cogita, de forma remota, pleitear em sua terra natal, Simão Dias, nas eleições 2024. No município, seu rival, Cristiano Viana, vem se fortalecendo diante de um Marival Santana que, apesar de ter exercido boas gestões, está enfraquecido entre os simãodienses.
Poço Verde
No município vizinho, eleito prefeito de Poço Verde por dois mandatos, desde 2016, Iggor Oliveira (PSD) deverá, agora, definir o nome que irá disputar por sua sucessão nas eleições de 2024. No entanto, o gestor enfrentará um caminho difícil, não somente pela rejeição acumulada com a população, mas também diante da força de André Moura (UB), que pode ter sido seu calvário na cidade e que deverá emplacar Roberto Barracão na disputa. Contra eles, Edna de Toinho de Dorinha também poderá surpreender.
Inversão de Expectativas
No campo político, a hipótese de Bolsonaro ser impedido de disputar as próximas eleições tem provocado uma curiosa inversão de expectativas. Enquanto aliados se animam com a possibilidade, para ter o ex-presidente como grande cabo eleitoral, os adversários temem o cenário. Para eles, o desejo é que Jair continue elegível, pois com a rejeição que acumulou, a reeleição de Lula será mais fácil nessa conjuntura.