O governo tem o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como mais novo aliado no Congresso. Desde que se reelegeu para o comando da Mesa Diretora, ele tem sido peça-chave na articulação política de Lula (PT) no Parlamento e dá sinais de estar em sintonia com presidente. Nos últimos dias, Pacheco atuou para esvaziar a CPI dos Atos Antidemocráticos, com potencial de desgastar Lula, e trabalhou para enfraquecer senadores de oposição. Agora, manobra para ganhar tempo e impedir que seja instalada a CPMI destinada a investigar os atos de 8 de Janeiro, uma vez que o colegiado ameaça trazer dor de cabeça ao Planalto.
As ações de Pacheco são comemoradas por articuladores políticos do Executivo. “Ele cumpre um papel muito importante nessa relação do governo com partidos de centro. E também com nossa estratégia de fazer uma política mais ampla”, avalia Paulo Rocha, aliado de longa data de Lula e ex-líder da bancada do PT no Senado. “É um grande líder democrata”.
A virada de chave na relação de Pacheco com o Planalto ocorreu durante a viabilização de sua reeleição à Presidência da Mesa – a disputa se deu contra Rogério Marinho (PL-RN), candidato de uma barulhenta oposição. Para o fortalecimento dos laços recorreu-se à interlocução de Davi Alcolumbre, aliado governista de última hora que conquistou a confiança do Planalto pelo trabalho na relatoria da PEC da Transição. Não à toa, coube a ele indicar os nomes da legenda União Brasil para a Esplanada. Unidos por Alcolumbre, Pacheco e Lula derrotaram o candidato bolsonarista. E a oposição desceu ao inferno.
Na nova Mesa da Diretora, o sergipano Rogério Carvalho (PT), que tem relação estreita com Rodrigo, assumiu o posto de primeiro-secretário após indicação do Partido dos Trabalhadores.