O deputado estadual Sérgio Reis (PSD) estaria usando suas atribuições parlamentares para se autofavorecer em seus negócios particulares no ramo da saúde. É o que aponta o deputado federal e arquirrival do pessedista, Gustinho Ribeiro (Republicanos), que detalhou o suposto crime do Saramandaia em entrevista ao ITNET nesta segunda-feira, 17.
Na oportunidade, Gustinho informou que Sérgio possui uma associação que vende serviços de administração de Unidades de Pronto Atendimento, postos e demais unidades de saúde. A mesma que administrava o Hospital Nossa Senhora da Conceição, na época em que o Ministério Público pediu a prisão preventiva do parlamentar, por suposta lavagem de dinheiro e fraude em contrato firmado pela entidade com empresas privadas e uso indevido de recursos do Tesouro do Estado de Sergipe, supostamente das verbas de subvenções da Assembleia Legislativa destinadas por deputados estaduais para ela.
Entre as irregularidades, o MP havia encontrado superfaturamento e fraude em contratos de aluguel de geradores de energia elétrica feito pela entidade com as empresas privadas comandadas pela família Reis. Em março de 2012, por exemplo, a associação teria sido beneficiada com R$ 142 mil do Tesouro do Estado de Sergipe e, deste montante, R$ 45,6 mil foram repassados para uma empresa controlada pelo genro da deputada estadual Gorete Reis (PSD).
Além desse caso, Gustinho ainda citou o inquérito da Deotap que aponta que existem transferências de dinheiro das contas das empresas que prestam serviços ao HNSC para a conta pessoal de Sérgio, o que indica claros indícios de sua corrupção.
Agora, o parlamentar tenta, mais uma vez, se autobeneficiar na área da saúde. Ele apresentou, inclusive, um projeto de Lei para obrigar que municípios com mais de 80 mil habitantes tenham UPA 24h. Segundo Gustinho, o interesse é vender o serviço dele. “Essa associação é como se fosse uma empresa e hoje é o maior negócio dele. Ele ganha dinheiro com isso. Está legislando por causa própria. Isso é crime”, frisou.
A Realce buscou contato com Sérgio Reis e não conseguiu até a publicação dessa matéria. A revista deixa o espaço aberto para que o deputado também se pronuncie.