O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), é, sem sombra de dúvidas, o centro das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos Golpistas, que apura os responsáveis pela destruição das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. E não é a toa. O senador por Sergipe e membro da CPMI, Rogério Carvalho (PT) tem sido um dos parlamentares a cobrarem severamente esclarecimentos do ex-mandatário, que é apontado como um dos causadores da tentativa de golpe.
O sergipano já chegou a solicitar, inclusive, a presença de Bolsonaro na Comissão. E, na sessão mais recente, Carvalho pediu à Polícia Federal o encaminhamento dos dados dos celulares de Bolsonaro, de Ailton Barros e do tenente-coronel Mauro Cid para a CPMI, o que colocou, de uma vez, o ex-presidente no centro das investigações.
Os requerimentos de número 390 e 391, de autoria do petista, têm como objetivo principal apurar a possível relação desses três nomes na suposta organização, financiamento e execução dos eventos que aconteceram no dia 8 de janeiro, em Brasília, com o material obtido pela PF na Operação Venire, que investiga fraudes nos cartões de vacinação de Bolsonaro, familiares e assessores.
“Esta comissão tem a tarefa de explicar os atos que geraram o 8 de janeiro, que não foi algo criado naquele dia. Aqui querem transformá-lo numa omissão. Ali foi uma catarse, uma construção, uma emulação feita ao longo de meia década de construção política diuturna. Todo final de semana a gente tinha que administrar uma crise que era produzida pelo (ex) presidente. E o que aconteceu? Uma catarse, um ato terrorista, golpista”, destacou Rogério.
Com o requerimento aprovado pelo colegiado, o sergipano volta a ganhar destaque na Comissão, assim como já aconteceu na CPI da Covid-19, em que foi um dos principais nomes nas investigações da atuação do ex-presidente durante a pandemia.