Combater o flagelo da fome vai muito além do que distribuir uma mísera refeição por dia. É o que evidenciam os dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar, que mostram que mais de um milhão de pessoas, o equivalente a quase metade da população, passam fome ou estão a caminho disso em Sergipe.
Segundo o levantamento, o estado também possui a quarta maior taxa do país de lares com crianças menores de 10 anos em situação de insegurança alimentar, totalizando 54,6%.
Números que escancaram a situação alarmante da fome em Sergipe, que não deverá ser totalmente solucionada pelo Programa Prato do Povo, iniciativa do Governo de Sergipe, que prevê fornecer cerca de 75 mil refeições prontas, por mês, de segunda a sexta, para os 18 municípios com os maiores percentuais de famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza.
Apesar de pertinente, o programa vem sendo criticado, principalmente, pela forma de distribuição. Uns citam, por exemplo, o Bolsa Família, em que o pagamento é feito no cartão. Um tipo de assistencialismo que não coloca as pessoas em situação de vulnerabilidade social na porta da prefeitura para pegar um prato de comida.
Enquanto que o programa do Governo de Sergipe recorreu a uma receita antiga e que já provou ser ineficaz para garantir dignidade a quem passa por insegurança alimentar, seguindo o modelo do conhecido “restaurante popular”.