A proposta de permuta entre o Grupo Maratá, liderado pelo empresário José Augusto Vieira, e a Prefeitura de Lagarto tem gerado um debate acalorado na cidade, com opiniões divergentes sobre o destino de importantes áreas urbanas. O historiador Claudefranklin Monteiro, por exemplo, se manifestou à Realce de forma veemente contra essa iniciativa, enfatizando preocupações com o valor histórico e patrimonial do Parque Nicolau Almeida.
Em suas declarações, Claudefranklin expressou seu desacordo com as negociações em andamento, destacando que o Parque Nicolau Almeida é um bem público de grande significado histórico e identitário para Lagarto. Ele argumentou que, em vez de ceder o espaço à iniciativa privada, deveria ser revitalizado e servir aos interesses públicos, como um centro administrativo, espaço de lazer e para realização de eventos.
O historiador também questionou a necessidade de uma negociação com um empresário tão bem-sucedido como José Augusto Vieira, sugerindo que o Parque Nicolau Almeida seria de menor relevância para ele. Monteiro propôs que o espaço fosse utilizado de forma mais estratégica, localizado centralmente, para servir como um centro administrativo e de entretenimento para a população lagartense, aliviando a antiga praça do Tanque Grande.
“É uma questão de lógica, não há necessidade de vender ou permutar aquele espaço. Se a prefeitura não tem condições de bancar o local, passe adiante para outra instância pública, devolva ao governo do Estado, ou a outro órgão federal, como a UFS, para que alí funcione cursos na área da agropecuária. Mas não vejo em absoluto, nenhuma necessidade e não me sinto convencido de aceitar essa possível negociação entre um ente público e um ente privado”, disse o historiador.
Na proposta em questão, o Grupo Maratá disponibilizaria uma área considerável para a Prefeitura, onde atualmente estão localizados estabelecimentos como a Faculdade Dom Pedro, o Colégio Libertar, o antigo Cjav e a antiga Faculdade José Augusto Vieira. Em troca, a Prefeitura cederia o terreno do antigo parque de exposição, onde seriam construídos empreendimentos comerciais, incluindo um hipermercado e um shopping popular.
A iniciativa tem dividido a opinião pública, com algumas vozes apoiando a potencial revitalização e desenvolvimento econômico que a permuta poderia trazer, enquanto outros compartilham as preocupações expressas pelo historiador e acreditam que o patrimônio público deve ser preservado.
Neste momento, a Prefeitura de Lagarto está conduzindo uma análise administrativa da viabilidade técnica da proposta recebida do Grupo Maratá. Segundo a gestão, a decisão final será anunciada com base no interesse público, no desenvolvimento da cidade e no bem-estar da população lagartense.