Ao longo de sua história, o Partido dos Trabalhadores (PT) tem exercido influência significativa na política brasileira, influenciando debates e políticas relacionadas à justiça social e à democracia. No entanto, em Sergipe, a sigla enfrenta um desafio, já que esbarra nas ações individualistas do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macedo, que busca acordos pessoais, independente das decisões da legenda no estado.
Enquanto isso, as alas ligadas aos movimentos populares e sindicais, vêm agindo para se manterem fiéis aos ideais e princípios que sempre nortearam o PT, buscando a soberania da legenda no estado, onde o partido possa novamente ser o protagonista e não um pequeno apoiador presenteado com cargos, sufocando os trabalhadores com políticas públicas que os degradam.
Uma situação que confirma tais análises sobre esse cenário é a decisão do diretório estadual, veiculada amplamente na imprensa após publicação de nota oficial, em não alinhar-se ao governo estadual, eleito pelo voto bolsonarista, optando por permanecer na oposição e buscar o fortalecimento e independência política do partido em Sergipe.
Por outro lado, Márcio Macedo caminha de forma independente, adotando uma abordagem pragmática e estratégica e, consequentemente, sendo a pedra que atrapalha a busca do protagonismo da sigla. O próprio ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência parece disposto a usar como veículo o poder momentâneo que a política lhe confere para negociar com grupos da direita no estado. Isso, para alguns, representa uma quebra com os eleitores que, no segundo turno, disseram não a Fábio Mitidieri (PSD). Ou seja, o ministro expõe uma disposição para barganhar espaços por um projeto pessoal do que a defender ideais do partido e respeitar suas decisões.
Isso fica evidente com seus constantes acenos midiáticos a figuras governistas como Mitidieri (PDT), levantando uma série de informações nos bastidores do poder de que ambos tentam se alinhar visando um acordo político já para 2026.
Vale lembrar também, que o senador Rogério Carvalho (PT) e o deputado federal João Daniel (PT), que fazem parte da ala do Partido dos Trabalhadores que faz oposição a Mitidieri, tentaram, em diversas ocasiões, seguir o apelo da militância e unificar o partido, buscando aliançar-se com Márcio para a prefeitura da capital em 2024. No entanto, essa tentativa foi frustrada, abrindo espaço para apoio a Eliane Aquino, que faz parte da ala de Macedo, e é uma figura respeitada dentro da sigla.
Esse cenário, longe de ser um acontecimento recente, impede que o PT volte a viver o protagonismo em Sergipe, se tornando um partido de mera composição, quando poderia estar ditando as políticas públicas de todo o estado.