Na manhã de hoje, 25, a jornalista Gleice Queiroz tornou-se alvo de uma operação da Polícia Civil, gerando uma onda de apoio por parte de líderes políticos da oposição em Sergipe e colegas da imprensa. Mensagens de solidariedade ressaltam a percepção de que ela estaria sofrendo perseguição política, especialmente devido ao seu jornalismo independente que tem incomodado as estruturas do governo estadual.
O deputado federal João Daniel (PT) expressou seu apoio à jornalista, destacando seu papel crítico e denunciativo em relação ao Governo de Sergipe. “É lamentável que um inquérito, que já estava arquivado por falta de materialidade, agora tenha sido reaberto a partir de uma operação com tons midiáticos e sem qualquer chance de defesa da jornalista, já que esta teve seu principal instrumento de trabalho, o aparelho celular, apreendido pela Polícia. A SSP precisa mostrar a materialidade das provas que levaram uma das jornalistas que mais combatem as falhas do seu governo a ser alvo de um procedimento tão rigoroso”, disse.
Por sua vez, o deputado estadual Marcos Oliveira (PL) manifestou solidariedade, alertando contra a tentativa de criminalizar opiniões contrárias. “Passou desse Estado se transformar em um observatório das garantias constitucionais do ainda Estado democrático de direito do Brasil”, ressaltou.
A jornalista e pré-candidata a prefeita de Aracaju, Candisse Carvalho (PT), afirmou que acompanha o caso, citando Gleice como “uma das mais competentes jornalistas independentes de Sergipe”. “O uso injusto da força do Estado contra uma cidadã, com o suposto intuito de silenciar seu trabalho, é uma violência a todas nós que lutamos contra o atraso. Minha solidariedade!”, pontuou.
O vereador Ricardo Marques (Cidadania) também se solidarizou, buscando informações e garantias de defesa para Gleice. “Procurei a SSP para buscar informações. Estive na delegacia que está investigando o caso e lamento muito toda essa situação. Como jornalista irei acompanhar para que ela tenha todas as garantias de defesa”, frisou.
Nas redes sociais, jornalistas e colegas de imprensa se uniram em apoio a Gleice, enquanto outros demandam esclarecimentos mais detalhados dos órgãos responsáveis pela operação.
A Polícia Civil emitiu uma nota esclarecendo que o mandado de busca e apreensão relaciona-se a uma investigação sobre o desaparecimento de equipamentos na sede da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) entre o fim de 2022 e início de 2023. A instituição destaca que a decisão judicial não está relacionada à atuação jornalística de Gleice Queiroz.
A nota ainda desmente a utilização de um helicóptero na ação, esclarecendo que foram apreendidos três itens, um iPhone, um notebook e um fone de ouvido. “Os equipamentos apreendidos tinham os mesmos números de série informados em boletim de ocorrência, após desaparecem”, diz um trecho.