Mulheres brasileiras com câncer e que fazem tratamentos como a quimioterapia, que comprometem sua capacidade reprodutiva, podem fazer a preservação da fertilidade por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), apesar do procedimento ser pouco divulgado.
O congelamento de óvulos inclui a estimulação ovariana e a coleta antes do início da quimioterapia. Eles, uma vez congelados, não envelhecem e podem ser preservados por tempo indeterminado.
O tratamento, por meio do SUS, começa com um encaminhamento através do sistema de regulação estadual, conhecido como Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS). No entanto, pacientes oncológicas têm um acesso mais direto e podem começar o estímulo para a preservação da fertilidade no mesmo dia da consulta.
Os CRHAs que oferecem esses serviços estão localizados em cidades como São Paulo, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Brasília, Natal, Goiânia e Belo Horizonte.
Em instituições particulares, o custo do procedimento pode chegar a aproximadamente R$ 24 mil, incluindo medicações e a primeira anuidade de congelamento, tornando-o inacessível para muitas. Já na rede pública, as pacientes que conseguem acessar o serviço pelo SUS podem evitar esse alto custo, mas enfrentam o desafio de encontrar e serem aceitas em um dos poucos centros que oferecem o tratamento gratuitamente.
Um relatório recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), através do Sistema Nacional de Cadastro de Embriões (SisEmbrio), aponta que existem 161 Centros de Reprodução Humana Assistida (CRHAs) no Brasil, mas apenas dez deles disponibilizam o tratamento pelo SUS.