Desde que recebeu o apoio do presidente Lula (PT) e da direção nacional do PT, que utilizou sua imagem em campanhas por todo o país, a jornalista e pré-candidata a prefeita de Aracaju, Candisse Carvalho, tem testemunhado um crescimento ainda maior para a disputa. Como ônus, ela voltou a ser o grande alvo da artilharia dos governistas, que têm trabalhado a todo vapor para evitar a repetição do cenário de 2022, quando, se não fossem os escancarados abusos de poderes político e econômico, Fábio Mitidieri (PSD) não teria alcançado o segundo turno.
Numa estratégia meticulosa, o grupo intensificou nas últimas semanas ataques articulados contra a pré-candidata, utilizando notas de partidos alinhados com o ministro Márcio Macedo (PT), que também estaria fazendo parte das amarrações de possíveis candidaturas com o objetivo de prejudicar a retomada do PT.
Tudo começou com a divulgação de uma contraditória nota do PV e do PCdoB contra a pré-candidatura de Candisse. Segundo informações, esses partidos devem se aliar ao projeto do direitista Fábio Mitidieri (PSD), que apoiará Edvaldo Nogueira (PDT), que investe forças em Luiz Roberto (PDT) na corrida pela prefeitura de Aracaju.
A situação é semelhante com o Solidariedade, como ficou evidente na última semana, quando Luiz participou de um evento do partido ao lado de Valadares Filho. Isso alimentou especulações de que o ex-deputado poderia se candidatar ou apoiar o pré-candidato de Edvaldo, sendo mais provável a segunda opção, como já abordado pela Realce.
Pura coincidência ou não, logo depois, a secretária nacional de Renda e Cidadania, Eliane Aquino (PT), também fez declarações duvidosas contra o próprio partido e correligionários, alimentando as especulações do suposto jogo sujo do ministro Márcio Macedo para prejudicar o PT e se aliar aos governistas, que tentam enfraquecer a sigla a qualquer custo, para continuar mantendo-a na coleira do sistema.
Na avaliação do jornalista Daniel Rezende, do site Política de Fato, as declarações de Eliane foram um “desserviço partidário”, demonstrando “uma exacerbada ‘dor de cotovelo’ pela derrota eleitoral sofrida na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados”. Já para o cientista político André Carvalho, do Sergipense, as críticas da secretária “não se deram no campo ideológico, mas, sim, no campo das relações entre os petistas”.
Em resposta aos ataques, os diretórios municipal e estadual do PT divulgaram uma nota ontem, 22, repudiando as declarações de Eliane Aquino. A nota reafirma que a escolha de Candisse como pré-candidata resultou de um debate interno e democrático, mas que não contou com a participação espontânea da secretária.