Na política, muitas vezes o jogo de aparências se torna uma peça-chave na ânsia por poder, frequentemente resultando em episódios do famoso ‘fogo amigo’, como na tensa relação entre Fábio Mitidieri (PSD) e André Moura (UB). Apesar de demonstrar apoio à pré-candidatura de Yandra (UB), o governador, que respalda o nome de Luiz Roberto (UB), estaria trabalhando discretamente nos bastidores para evitar que o ex-deputado vença as eleições de 2024 em Aracaju através de sua filha.
Assim como o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), Mitidieri não quer que Moura vença. Por isso, ele está pulverizando várias pré-candidaturas, com a intenção de posteriormente unificá-las em apoio a Luiz Roberto, como já abordado pela Realce. Esse é o caso de Fabiano Oliveira (PP), Danielle Garcia (MDB) e Katarina Feitoza (PSD), por exemplo.
Inicialmente, o projeto era lançar um pré-candidato capaz de crescer ao ponto de unificar o grupo. Dado que o nome mais forte atualmente, devido ao apoio da máquina municipal, é Luiz Roberto, o bloco decidiu apoiá-lo. Porém, já que André não abriu mão de ter Yandra na disputa, eles pulverizaram diversas pré-candidaturas, transformando-as em uma forma aprimorada de cabos eleitorais, para depois uni-las em torno do nome de Edvaldo, e também para sufocar a deputada.
Embora compartilhe do mesmo modus operandi que o ex-deputado, o que contribuiu para sua eleição em 2022 em uma disputa marcada pelo abuso dos poderes político e econômico, o temor do governador, já refém das articulações de André que o coloca em uma posição delicada com prefeitos aliados e complica sua governabilidade como líder do grupo, é que, com uma vitória de Yandra na capital — cenário extremamente remoto devido à rejeição que enfrenta — seu pai adquirisse um maior capital político na cidade e se tornasse uma grande ameaça ao seu projeto de reeleição ao Governo em 2026.
No entanto, vale lembrar que os fatores Candisse Carvalho (PT) e Emília Corrêa (PL) devem atrapalhar os planos de todos os governistas na disputa pela prefeitura. Com elas no páreo, o grupo pode nem sequer chegar ao segundo turno, assim como teria ocorrido em 2022 se não fossem os abusos de poder político e econômico que garantiram a vitória ao terceiro colocado.