Estudantes da rede estadual estão na bronca com o Governo do Estado devido a atrasos recorrentes no pagamento das bolsas de monitoria. Embora o valor referente ao mês de junho tenha sido pago nesta terça-feira, 16, eles exigem um calendário fixo para evitar incertezas, citando programas como o Bolsa Família e o Pé de Meia, que possuem datas estabelecidas, como exemplo.
“Nós ficamos às cegas. O que o governo deseja fazer ele faz com a gente”, disse um estudante à Realce. “A gente já chegou a receber no início do mês, dia 5, dia 10. Não temos uma data certa”. Ele acrescentou ainda que os alunos vivem na incerteza sobre quando receberão no próximo mês. “Os alunos já não sabem como vai ser mês que vem, se vão receber dia 15, se não vai, porque não tem uma data.” Segundo ele, há até ameaças de represálias das escolas se denunciarem os atrasos.
O atraso no pagamento já foi tema de discussão na Assembleia Legislativa, onde o deputado estadual Paulo Júnior (PV) cobrou do governo estadual um calendário fixo para os repasses. “Infelizmente, esses alunos não têm uma regularidade no recebimento da bolsa que têm direito após a seleção para atuar como monitores nas salas de aula. É um projeto inovador, de grande valia que o Estado implementou, mas é preciso regularidade no recebimento”, destacou o parlamentar.
O Programa de Monitoria Estudantil para a Educação Básica, conhecido como ‘Estudante Monitor’, busca incentivar alunos da rede pública estadual a compartilhar conhecimentos e auxiliar colegas no processo de aprendizagem. Em 2024, o programa conta com 5.751 estudantes monitores na capital e no interior, que recebem um benefício de R$ 439, sendo R$ 250 referentes à bolsa e R$ 189 destinados ao auxílio transporte.
A Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) informou que o pagamento da bolsa dos monitores ocorre mensalmente até o dia 10, podendo ser antecipado. A pasta justificou que o pagamento de junho atrasou devido a inconsistências nos dados pessoais dos alunos (CPF, RG e número da conta) enviados pelas Diretorias Regionais. Contudo, a Seduc não se posicionou sobre a implantação de um calendário fixo.