Ganhou grande repercussão negativa, até mesmo na imprensa nacional, o edital para operação de venda de agências do Banco do Estado de Sergipe (Banese), que tem como objetivo se tornar inquilino dos imóveis que pretende vender.
Essa ação alimentou especulações de uma possível privatização do banco e, nas redes sociais, a população manifestou sua rejeição: “Qual a lógica de vender um imóvel e ficar pagando aluguel?”, questionou um usuário. “Primeiro passo para privatização”, alertou outro. “Sem lógica, no mínimo deve estar beirando a falência”, pontuou mais um.
A diretoria do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) procurou os representantes do banco para esclarecer sobre o assunto. Nesse encontro, os gestores afirmaram que não há intenção de fechar agências e nem mesmo iniciativa do governo estadual em privatizar a instituição financeira.
Segundo os representantes do Banese, “a intenção é que após a venda, o banco se torne locatário dos mesmos imóveis” e o objetivo seria “melhorar o fluxo financeiro da instituição com a expansão de crédito, além do balanço patrimonial”.
No entanto, para a diretoria do Sindicato dos Bancários, essa operação, a princípio, não se justifica, já que os resultados financeiros do Banese apontam crescimento em relação ao último balanço financeiro (2023).
De acordo com a assessoria técnica do Dieese/SE, o desempenho financeiro do Banese no 1º trimestre de 2024 foi positivo e consistente. O lucro líquido consolidado cresceu 27% em 12 meses, atingindo R$ 17,4 milhões, impulsionado pela expansão da carteira de crédito. Houve também aumento nas captações, receitas líquidas de juros e rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que chegou a 10,8%. As receitas de prestação de serviços e tarifas aumentaram 11%, alcançando R$ 56,5 milhões. A carteira de crédito cresceu 13% em 12 meses, totalizando R$ 4,1 bilhões, com destaque para o crédito consignado. As despesas com crédito para liquidação duvidosa reduziram 18,1% em 12 meses, totalizando R$ 27,1 milhões.