O primeiro debate das eleições de 2024 em Aracaju, realizado ontem, 20, na TV Atalaia, acirrou a polarização entre Candisse Carvalho (PT), candidata de Lula, e os defensores de Bolsonaro. Durante o confronto, a petista não poupou críticas ao ex-presidente, apontando sua responsabilidade pela devastação da Amazônia durante seus quatro anos de governo.
“A senhora defende um ex-presidente que foi responsável pela maior destruição da Amazônia, que falou, através de seus ministros, em ‘passar a boiada’, priorizando interesses de setores ao invés da preservação da vida, porque meio ambiente é vida”, disparou Candisse no debate em resposta à candidata bolsonarista Emília Corrêa (PL).
Entre 2019 e 2022, durante o mandato de Jair Bolsonaro, a área desmatada na Amazônia atingiu 35.193 quilômetros quadrados, um aumento de quase 150% em comparação com os quatro anos anteriores, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O impacto foi equivalente à soma dos territórios de Sergipe e Alagoas.
A reação foi rápida. Aliado ferrenho de Bolsonaro, o deputado federal Rodrigo Valadares (UB) não hesitou em tentar rebater Candisse nas redes sociais, contestando suas críticas. “É tanto absurdo que a gente vê nesse debate. A candidata do PT dizendo que Bolsonaro foi recorde de queimadas”, ironizou o deputado, citando matérias que indicam um aumento nas queimadas durante o governo Lula.
Rodrigo compartilhou artigos como um da Gazeta do Povo, que traz o título “Ações do governo Lula não impedem recorde de queimadas na Amazônia; órgãos mudam discurso”, e outro da BBC News, que destaca “Por que Amazônia virou ‘barril de pólvora’ e queimadas batem recordes”.
Esse embate é mais um indicativo de como a disputa entre os campos ideológicos de esquerda e direita, mais especificamente entre lulistas e bolsonaristas, promete ser um dos principais fatores na eleição deste ano em Aracaju, que caminha para uma forte polarização.