Assim como em outras cidades pelo país, a nacionalização será uma marca das campanhas em São Paulo para as eleições de 2024. Na capital paulista, O presidente Lula (PT) é o principal cabo eleitoral de Guilherme Boulos (PSOL), enquanto o ex-capitão Jair Bolsonaro (PL) estará com Ricardo Nunes (MDB) na corrida pela prefeitura. No entendo, utilizando da forças das redes sociais, Pablo Marçal (PRTB) surge indo um fator surpresa.
Segundo o Datafolha, na cidade, que é o maior colégio eleitoral do Brasil, a maioria (63%) não votaria de jeito nenhum em um candidato apoiado por Bolsonaro. Já os que votariam com certeza em um nome endossado pelo ex-presidente somam 19%. Por outro lado, o apoio de Lula a um candidato é rejeitado por 48% dos eleitores, enquanto 23% com certeza votariam em um aliado do atual presidente.
Ou seja, no atual cenário, Lula tem mais força na capital paulista, onde obteve 4,3 milhões de votos em 2022, o que favorece Boulos na disputa. No entanto, ele enfrenta não apenas a força de Bolsonaro, que se alia ao atual prefeito, mas também o crescimento do citado Marçal, cuja ascensão é impulsionada pelo uso eficaz das redes sociais.
A recente decisão da Justiça de suspender os perfis de Pablo Marçal nas redes sociais provocou um aumento expressivo nas buscas pelo seu nome no Google. Antes da suspensão, que ocorreu em 25 de agosto, a média diária de buscas era de 3 milhões. Após a decisão, esse número saltou para 10 milhões no mesmo dia e tem se mantido em uma média de 6 milhões de buscas diárias.
“Ele atingiu o pico de buscas. Se a intenção era silenciá-lo, a ‘censura’ acabou gerando um efeito oposto”, afirma o especialista Renato Dolci. De acordo com seus dados, 92% das pesquisas que mencionam Boulos incluem também o nome de Marçal, enquanto 65% das buscas relacionadas a Nunes trazem seu nome.
Dolci explica que a habilidade de Marçal em utilizar as redes sociais contribui para sua crescente popularidade. “Ele é o primeiro candidato ‘digital native’, com pleno conhecimento das dinâmicas da internet e suas plataformas. Sua estrutura digital, já estabelecida para seus cursos e empresas, foi redirecionada para a campanha em um modelo de marketing de afiliação”, conclui.
A mecânica do coach tem chamado atenção da classe política em todo o país, reforçando, mais uma vez, a importância das mídias sociais nas eleições da era digital.