Os recentes casos de compra de votos e violência nas eleições de 2024 em Aracaju acenderam o alerta máximo das autoridades, que planejam realizar uma mega operação na capital, especialmente após as últimas prisões por captação ilícita de sufrágio na Zona Norte da cidade, onde a prática tem se tornado cada vez mais frequente.
No caso mais recente, a Polícia Militar de Sergipe foi acionada após receber uma denúncia sobre uma motociata em apoio a uma candidata à Prefeitura de Aracaju. Segundo relatos, os participantes do evento estariam recebendo dinheiro em troca de apoio à candidata. Um eleitor que se desentendeu com um dos organizadores do esquema denunciou o caso, afirmando que inicialmente havia sido prometido R$ 50, mas, na hora do pagamento, o valor foi reduzido para R$ 40. Insatisfeito com a situação, ele contatou as autoridades.
Ao chegarem ao local, os policiais encontraram mais de 100 pessoas em fila, aguardando o pagamento. A abordagem gerou uma correria, mas 54 indivíduos foram capturados, a maioria deles em motocicletas. Durante a operação, foram encontrados com alguns dos detidos envelopes contendo dinheiro e uma lista com nomes e números de telefone. Motociclistas relataram que receberam a quantia para participar do ato em apoio à candidata.
Uma das suspeitas, identificada como coordenadora do grupo, informou aos policiais que havia outros quatro grupos, totalizando cerca de 350 motociclistas, que já haviam recebido o pagamento prometido. Além disso, materiais de campanha, como bandeiras e adesivos, foram apreendidos em uma residência que parecia servir como ponto de controle para a distribuição do dinheiro.
O caso foi encaminhado para a Polícia Federal, considerando a gravidade da situação e a natureza do crime eleitoral. Os suspeitos foram liberados após prestarem depoimento, mas permanecem sob risco de processo criminal. A PF já abriu um inquérito para investigar tanto os indivíduos que ofereceram dinheiro a eleitores quanto aqueles que aceitaram a oferta em troca de votos.
Após isso, informações indicam que a mega operação poderá ser implementada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, que já sabem como funciona a mecânica do esquema de compra de votos, com o objetivo de coibir práticas ilícitas e garantir a lisura do pleito do domingo, 6.