Barra dos Coqueiros está entre as cidades com suspeita de compra de votos em massa por meio da transferência coletiva e ilegal de títulos de eleitores entre cidades. É o que aponta uma recente reportagem do jornal Folha de São Paulo, divulgada neste último domingo, 8, que trouxe à tona o possível esquema, até então pouco visível na lista dos malfeitos eleitorais.
Segundo o veículo, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral, 82 municípios, incluindo o sergipano, viram seu eleitorado crescer entre 20% e 46% apenas com a transferência de títulos de outras cidades.
Como resultado, 58 dessas cidades enfrentam a situação inusitada de ter mais eleitores formais do que a população residente, como é o caso de Barra dos Coqueiros. A cidade, com 41.551 habitantes, teve um aumento de 20,40% no número de eleitores por transferência, ultrapassando a quantidade de votantes em relação à população residente.
Considerando os municípios com aumento de 15% no número de eleitores devido à transferência de títulos, o total de cidades sobe para 229.
Para transferir seu local de votação, o eleitor precisa comprovar vínculo residencial, afetivo, familiar, profissional, comunitário ou de outra natureza com a nova cidade. Quando essa regra é burlada, a prática geralmente é enquadrada nos artigos 289 e 290 do Código Eleitoral, com penas de 2 a 5 anos de prisão, além de multa.