Originada da mitologia grega, “o calcanhar de Aquiles” é uma expressão que se refere ao ponto mais vulnerável de uma pessoa ou coisa, apesar de suas outras qualidades ou força e se encaixa perfeitamente para ilustrar a alta rejeição do ex-deputado federal André Moura (UB) em Aracaju, mesmo diante de seu capital político no interior sergipano.
Em 2024, por exemplo, isso ficou evidente mais uma vez. Inicialmente, as informações davam conta de uma intensa movimentação do presidente estadual do UB para lançar sua filha, Yandra (UB), como candidata a prefeita de Nossa Senhora do Socorro, numa tentativa de reverter sua grande rejeição na Grande Aracaju. No entanto, com o passar do tempo, ele a colocou na disputa pelo comando da capital, numa das campanhas mais caras da história da cidade, gerando uma divisão interna no grupo governista, especialmente com Edvaldo Nogueira (PDT) e Luiz Roberto (PDT), que foram os principais alvos de seu fogo amigo durante a corrida eleitoral.
E, mesmo diante de investimentos pesados que, mais uma vez, o colocaram na mira de acusações de abuso de poder econômico, com supostas compras de votos, e liberação de altas cifras para lideranças; e também da tentativa de desassociar sua imagem da sua filha, seu grupo não conseguiu obter êxito e teve um resultado bem abaixo do esperado.
Nas urnas, Yandra foi a terceira colocada com apenas 43.932 votos, refletindo mais uma vez a rejeição que André possui na capital.
Vale lembrar que, durante o pleito, até mesmo delegados alertavam sobre o perigo de entregar a chave dos cofres públicos da cidade a Moura, que já foi condenado por peculato e desvio de recursos públicos quando prefeito de Pirambu.
No interior, o resultado foi diferente e seu partido foi o segundo colocado no número de eleitos, elegendo 23 prefeitos.
Passadas as eleições, após a dura e amarga derrota de sua filha no maior colégio eleitoral do estado, André já tem se movimentado para 2026, entrando de forma desesperada em um clima precoce de campanha eleitoral. E, como de praxe, ele não tem economizado em ataques aos seus prováveis adversários daqui a dois anos, como Rogério Carvalho (PT), Alessandro Vieira (MDB) e Edvaldo Nogueira (PDT).
Além disso, como já abordado pela Realce, o ex-deputado tem articulado desesperadamente desde agora para se fortalecer no próximo pleito. Entre suas opções, está o desejo de indicar o nome do vice na chapa de Fábio Mitidieri (PSD) à reeleição. Contudo, diante da resistência que enfrenta no grupo governista– aliados do governador, embasados em estudos qualitativos, apontam que uma indicação feita por Moura poderia ser prejudicial–, uma composição com Valmir de Francisquinho (PL) surge como um plano B mais viável no atual cenário.