O ano de 2024 foi, sem dúvida, um divisor de águas para o governador Fábio Mitidieri (PSD), que viu sua liderança ser testada diante das divisões internas surgidas no grupo governista durante as eleições, especialmente na capital, onde precisará aparar as arestas com André Moura (UB)— que está trabalhando intensamente com opositores, ainda com rancor de Edvaldo Nogueira (PDT), segundo informações—, mas, no geral, o saldo foi positivo.
No pleito municipal de Aracaju, cumprindo o que foi acordado ainda em 2022, o pessedista declarou apoio ao candidato de Edvaldo Nogueira (PDT), Luiz Roberto (PDT), que, apesar do respaldo do grupo, que o levou de 2% para 43%, não conseguiu superar Emília Corrêa (PL) nas urnas. Além da força apresentada na capital, Mitidieri conseguiu reforçar seu capital político no interior, onde, sob sua liderança no PSD estadual, o partido elegeu 26 prefeitos.
No campo administrativo, um dos marcos mais significativos foi a concessão da Deso à Iguá Saneamento, com previsão de investimentos superiores a R$ 6 bilhões. Embora o projeto represente um avanço, segundo o governo, gerou polêmica e certo desgaste político para a gestão estadual. Se foi uma escolha acertada, dependerá dos próximos anos.
Mitidieri também anunciou novos concursos públicos e deu continuidade a grandes obras estruturantes. Ele ainda assinou a ordem de serviço do Complexo Viário Senadora Maria do Carmo Alves e divulgou avanços no projeto da nova ponte que ligará Aracaju à Barra dos Coqueiros. Além disso, apresentou o planejamento para a criação da primeira universidade estadual, um marco na história educacional de Sergipe.
Na Saúde, apenas no primeiro semestre, foram investidos R$ 1,66 bilhão para manutenção, ampliação, aquisição de medicamentos e insumos, além de novas iniciativas. O programa Opera Sergipe, que visa reduzir o tempo de espera por cirurgias eletivas, realizou mais de 20 mil procedimentos.
No turismo e cultura, Mitidieri deu continuidade a realização de eventos. Em 2024, o Arraiá do Povo, por exemplo, contou com um investimento de R$ 27 milhões, dos quais R$ 7 milhões foram captados por patrocínios. O evento atraiu um público de 772.063 pessoas, incluindo 162 mil turistas. O impacto econômico foi significativo, de acordo com o governo, com uma média de gastos de R$ 104 por pessoa, resultando em cerca de R$ 80 milhões em circulação na economia local.
Na geração de emprego e renda, o índice de desocupação do estado caiu de 11,9% para 8,4%, a menor taxa de desemprego já registrada na série histórica de Sergipe.
No setor de serviços, segundo Mitidieri, o estado ocupou o primeiro lugar entre as unidades federativas com maior crescimento em volume de serviços no Brasil, um aumento de 10% e acima da média nacional que foi de 1,7%.
Ainda na economia, o pessedista já informou que seu governo terminará 2024 com a maior arrecadação da história, ultrapassando pela primeira vez os R$ 6 bilhões, um crescimento de mais de 10% em relação ao obtido no ano passado.
Portanto, para Fábio, o ano foi marcado por desafios e conquistas, consolidou sua liderança e sua capacidade de articulação política no interior, ao mesmo tempo em que deixou uma brecha para mudanças, que deverão ser feitas já em janeiro de 2025.
A revista prepara uma série de matérias para analisar a fundo o mandato do governador.