A eleição de 2026 ainda parece distante para muitos, mas nos bastidores da política sergipana, o cenário já está sendo desenhado. E, por enquanto, a oposição segue em um labirinto de indefinições, enquanto o grupo do governador Fábio Mitidieri (PSD) caminha com organização e estabilidade para a disputa, aparando, inclusive, as arestas do pleito do ano passado.
O Partido Liberal (PL) e o Republicanos, que poderiam representar uma alternativa sólida ao governo, vivem um verdadeiro impasse. No PL, o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, ainda lida com as consequências de suas decisões em 2022, quando desagradou parte da direita independente e, no segundo turno, apoiou Rogério Carvalho (PT). Desde então, sua influência política sofreu abalos e, sem espaço no próprio partido, ele articula uma saída para o Republicanos. Enquanto o PL tenta se voltar para a gestão de Emilia Correa e mostra diálogos com a base governista.
A possível mudança, no entanto, não ocorre sem turbulências. Além de Valmir, o movimento pode levar também o deputado federal Ícaro e o prefeito de Areia Branca, Talysson de Valmir. Mas a migração para o Republicanos não é tão simples: a sigla, comandada pelo deputado federal Gustinho Ribeiro, faz parte da base de Mitidieri e tem lideranças alinhadas ao governo, como Heleno Silva. A entrada de Valmir pode gerar conflitos internos e redefinir alianças, especialmente porque Gustinho tem seus próprios interesses na formação de um bloco de oposição, ao lado do prefeito de Itabaiana e de Thiago de Joaldo (PP). A formação pode ser produtiva para os nomes citados, já que todos vivem um declínio político inegável, principalmente Gustinho e Thiago, que saíram fragilizados dos seus redutos eleitorais, Lagarto e Itabaianinha, respectivamente.
Enquanto a oposição segue em meio a disputas e incertezas, Mitidieri se fortalece. Com índices de aceitação em crescimento, ele mantém o grupo governista coeso e se articula com aliados estratégicos. Em um jogo político onde tempo e unidade são fundamentais, a oposição parece perdida no próprio tabuleiro, deixando o governador livre para pavimentar seu caminho rumo à reeleição.