O Carnaval chegou, e enquanto os foliões escolhem suas fantasias e abadás, afinam os tamborins ou preparam suas caravanas para o litoral, nos bastidores da política sergipana, os blocos já se organizam para o grande desfile de 2026. Afinal, eleição também é um espetáculo de estratégia e mobilização, onde quem errar o passo pode acabar descompassado no meio da avenida. E isso foi visto de forma clara em 2022.
No comando da bateria governista, o governador Fábio Mitidieri (PSD) segue puxando o samba, agora no ritmo certo, e seus índices de aceitação vêm crescendo como um refrão que aos poucos pega na boca do povo. Com investimentos certeiros e parcerias bem ensaiadas, ele tem garantido que seu bloco avance com força. Mas, como qualquer desfile, é preciso atenção para evitar que alguma alegoria emperre no meio do caminho. A unidade do grupo é essencial, e os últimos encontros com figuras como Belivaldo Chagas e até uma especulada reaproximação com Rogério Carvalho (PT) mostram que os ajustes no enredo já estão sendo feitos para evitar qualquer descompasso.
Do outro lado da avenida, a oposição ainda não definiu seu mestre-sala. Nomes como Rogério Carvalho, Alessandro Vieira (MDB) e Valmir de Francisquinho (PL) podem até estar no mesmo palanque. Os demais ensaiam seus passos, mas nenhum conseguiu, até agora, empolgar a arquibancada e puxar a multidão para o seu lado da avenida. Enquanto alguns demonstram mais interesse no baile de Brasília, outros ainda tentam driblar os obstáculos para garantir presença no desfile estadual.
Mas se tem uma coisa que a política e o Carnaval ensinam, é que planejamento sem sintonia não ganha título. É preciso pisar forte na avenida, jogar o confete certo e garantir que o samba não perca o ritmo. Mitidieri alertou sua ala: “Para políticos, já estamos em 2026.” Ou seja, o desfile começou, e quem quiser brilhar na passarela do voto precisa entrar no compasso desde agora.
Se conseguir manter o ritmo da gestão, reforçar seu cordão de aliados e evitar surpresas de última hora, o governador pode garantir que seu bloco cruze a linha de chegada embalado pelo som da vitória. Afinal, na política – assim como no Carnaval – quem tem enredo, organização e samba no pé sempre chega mais forte ao apoteótico dia da eleição.