É consenso entre analistas políticos que o bolsonarismo “ainda goza do direcionamento de uma fatia importante da opinião pública”. Portanto, mesmo com sua inelegibilidade e consequente perda de capital político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deverá ser, assim como em 2024, o maior cabo eleitoral da direita em 2026. Ele já vem ensaiando esse papel e, em duas ocasiões, declarou abertamente seu apoio a uma possível candidatura do sergipano Rodrigo Valadares (UB) ao Senado, colocando-se diretamente contra os irmãos Amorim em Sergipe, que comandem o Partido Liberal no estado.
A primeira manifestação ocorreu no início do ano, quando Bolsonaro, em uma gravação, mencionou Rodrigo e insinuou sua candidatura ao Senado Federal em 2026. “Rodrigo, não esqueça não, olha quem manda aqui”, disse. “Boa sorte, parabéns, obrigado por citar meu nome aí. Até o Senado, em 26.”
Já em fevereiro, durante entrevista ao jornalista Leo Dias, o ex-presidente novamente destacou Rodrigo como um de seus aliados mais fiéis e um possível candidato por Sergipe. “Quem vai organizar o Senado no ano que vem sou eu. Alguns já estão fechando… O Valadares, por Sergipe, que é o relator do projeto da Anistia.”
Com esse apoio declarado, Bolsonaro entrou em disputa direta com os irmãos Amorim, já que o PL em Sergipe, sob o comando de Edvan, pretende lançar Eduardo ao Senado. Assim, Rodrigo Valadares, que ainda está no União Brasil, já trava nos bastidores um verdadeiro duelo de gigantes para garantir sua vaga na disputa.