O cenário das eleições de 2026 em Sergipe tem se moldado de forma absolutamente diferente do que foi em 2022, apesar da presença dos mesmos personagens centrais da última disputa estadual: Fábio Mitidieri (PSD), Rogério Carvalho (PT) e Valmir de Francisquinho (PL).
A principal mudança está no fato de que, naquela época, Valmir — hoje inelegível e com chances remotas de disputar o Palácio dos Despachos novamente — já despontava como favorito. Enquanto isso, Fábio não possuía a aceitação que vem consolidando atualmente, conforme indicam pesquisas recentes e é um fato claro para a maioria da população.
Na eleição passada, o pessedista enfrentava grande desgaste, algo trazido pela Realce na época. No entanto, nos últimos meses, o cenário tem sido outro: o governador tem melhorado sua avaliação popular, acertando os pontos políticos e, inclusive, nesse quesito, corrigindo falhas apontadas por uma parcela de lideranças — um exemplo disso é a postura mais assertiva de Jorginho nos últimos meses.
Diante da população, um fator determinante para essa mudança de percepção tem sido a entrega de resultados concretos, como nas áreas do turismo, economia, saúde e infraestrutura. A administração estadual tem avançado na estruturação do estado e, principalmente, tem conseguido tornar essas realizações visíveis à população por meio de uma comunicação eficiente.
Por outro lado, Valmir, que antes representava uma ameaça a Fábio, vem cavando um abismo com seus próprios pés, se fragilizando politicamente. Suas próprias decisões o levaram a perder espaço, voltando a ser um político regional, além de começar a ver sua hegemonia local sendo ameaçada por Anderson de Zé das Canas, no Agreste. Desde 2022, quando desgastou sua relação com a direita independente ao apoiar o candidato do PT no segundo turno, sua popularidade só tem despencado. As pesquisas mais recentes mostram que, mesmo que consiga viabilizar sua candidatura em 2026, ele não terá o mesmo desempenho de antes, ficando em desvantagem diante de Fábio.
Já Rogério surge com mais força na disputa pelo Senado, sendo considerado nos debates políticos com um dos nomes garantidos para uma das vagas. As informações são de que em hipótese alguma ele pretende arriscar essa posição para concorrer ao governo. Inclusive, tem suavizado seus discursos contra Fábio e sua gestão, o que alimenta especulações — ainda que remotas — sobre uma possível aliança futura, com possível articulação de uma liderança política local e uma nacional.
Dessa forma, o cenário que se desenha para 2026 é amplamente favorável para Fábio na disputa pelo governo e para Rogério no Senado. No caso do governador, com sua crescente capilaridade política e eleitoral, o que aparenta no momento é que ele tem até mesmo o poder escolher quais aliados deseja em seu projeto. Agora resta aguardar as cenas dos próximos capítulos e ver como as movimentações irão se desenrolar.