Os vereadores da Câmara Municipal de Aracaju já iniciaram a movimentação para instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) contra o ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), numa ofensiva que pode ter como objetivo enfraquecê-lo politicamente, especialmente para as eleições de 2026, quando almeja buscar uma vaga no Senado. Mas a estratégia vai bem mais além do que isso.
Uma das primeiras ações em andamento é a CPI das Multas, que tem como objetivo investigar a arrecadação oriunda das multas de trânsito aplicadas durante as gestões de Edvaldo à frente da capital. A proposta ganhou força, coincidentemente ou não, poucos dias após o pedetista confirmar publicamente sua intenção de disputar para senador no próximo ano.
A medida tem sido interpretada como uma ferramenta que estaria sendo usada por André Moura (UB) e seu possível primeiro suplente em 2026, Ricardo Vasconcelos (PSD), além do grupo de Emília Corrêa (PL) — que na Câmara está alinhado com os aliados de AM —, que enxergam nas CPIs uma forma de criar desgaste político, o suficiente para pressionar o ex-prefeito a recuar da disputa pela Casa Alta. Aliados de Nogueira também acreditam que o objetivo seja chantageá-lo nos bastidores.
Além disso, a instalação da comissão também teria a intenção de fazer o governador Fábio Mitidieri (PSD) afastar Edvaldo da sua base para não absorver seus desgastes.
Como já abordado pela Realce, a disputa pelo Senado em 2026 representará um grande desafio para Edvaldo, especialmente após não conseguir eleger seu sucessor em 2024 e diante de sua limitada presença no interior do estado – algo que já vem tentando mudar. Ainda assim, não se pode ignorar o fato de que ele continua sendo um nome forte e popular na capital, o maior colégio eleitoral de Sergipe, onde foi prefeito por quatro mandatos.