Em 2018, apesar dos investimentos pesados e de seu capital político no interior, o ex-deputado André Moura (UB) foi derrotado para o Senado, tendo a capital sergipana como seu calcanhar de Aquiles. E agora, para 2026, diversos fatores o deixam cada vez mais próximo de repetir o mesmo fiasco.
Um deles é sua forte ligação com o Rio de Janeiro, onde atualmente comanda a Secretaria de Governo, algo mal recebido em Sergipe e que agravou sua rejeição, especialmente em Aracaju. Esse incômodo ficou evidente nas eleições de 2024, quando muitos aracajuanos, especialmente delegados, temiam que a estrutura política carioca fosse replicada na capital sergipana, caso sua candidata saísse vitoriosa na disputa pela prefeitura.
Outro fator que pesa negativamente em sua imagem é a relação extremamente próxima com o ex-vereador de Umbaúba, Lequinho, preso recentemente acusado de liderar um esquema bilionário de fraudes contra o INSS. Ele, além de apoiador declarado, foi apontado como coordenador político das campanhas de André em Umbaúba e articulador da pré-candidatura de sua esposa, Guadalupe, à prefeitura do município.
A ligação entre os dois é pública e notória. E, mesmo com vasta quantidade de fotos e bastidores comprovando a proximidade, AM tenta se esquivar da polêmica e nega ter qualquer ligação com Lequinho.
Além disso, Moura ainda enfrenta o desgaste de condenações judiciais que o impediram de disputar o Senado em 2022. Em 2020, ele foi condenado pela Segunda Turma do STF por peculato e desvio de recursos públicos durante o período em que exercia forte influência na prefeitura de Pirambu (1997 a 2004), mesmo sem ocupar oficialmente o cargo de prefeito. Segundo o Ministério Público, André comandava um esquema de corrupção por meio de contratos irregulares e usava recursos do município para custear despesas pessoais, como segurança privada e combustível.
Em 2021, já após a condenação, ele firmou um acordo de reparação com a Advocacia-Geral da União (AGU), comprometendo-se a devolver cerca de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos. Embora o acordo tenha sido apresentado como forma de “encerrar litígios”, reforçou a percepção pública de que, na prática, ele assumiu culpa pelos desvios apontados.
Esse histórico, especialmente com uma condenação já transitada em julgado no STF, segue como um dos principais entraves à sua tentativa de se eleger. Portanto, André terá que enfrentar não apenas a rejeição alimentada por esses episódios, mas também o desafio de reposicionar sua imagem.