O clima esquentou na Câmara Municipal de Aracaju após o presidente da Casa, Ricardo Vasconcelos (PSD), fazer um pronunciamento indignado sobre a postura da Comunicação da gestão de Emília Corrêa (PL). Ele criticou assessores que, segundo ele, estariam desqualificando os vereadores sempre que fazem pronunciamentos críticos ou denúncias relacionadas à administração municipal.
De acordo com Ricardo, esse tipo de comportamento é inaceitável e ele pretende procurar a prefeita para cobrar respeito. “Não pode a comunicação da prefeitura ter uma reação desproporcional e descabida. Tem que fazer a defesa da gestão? Tem. Isso é algo que a gente não discute. Agora, se tem algum problema, é levantar a cabeça e trabalhar para mudar. O que não pode é querer desqualificar o trabalho do vereador […] Isso eu não vou aceitar e ninguém aqui vai aceitar, não é a primeira vez que estão tentando desqualificar o trabalho dos vereadores daqui do parlamento”, afirmou.
Embora o presidente não tenha citado nomes diretamente, nos bastidores a fala foi interpretada como uma resposta ao porta-voz da prefeitura, Carlos Ferreira, que teria rebatido uma denúncia feita pelo vereador Fábio Meireles (PDT), ao classificá-la como fake news.
Meireles havia denunciado a ausência de médico há três meses na UBS Anália Pina, no Conjunto Tamandaré, e cobrou providências da Secretaria Municipal de Saúde. O parlamentar ressaltou que a população tem enfrentado dificuldades para conseguir atendimento, algo que é responsabilidade do município, e questionou por que ainda não foi designado um novo profissional para a unidade.
Após a repercussão do discurso de Ricardo, Carlos Ferreira se pronunciou em suas redes:
“Não me lembro de ter reagido com deselegância e muito menos com falta de respeito ao Parlamento. Tenho consciência da importância dos vereadores e do papel de fiscalizar, criticar, reivindicar e denunciar. Já exerci o cargo de vereador e isso muito me honra. Em uma fala minha, afirmei que o nobre presidente poderia ter cometido um equívoco, ao dizer que a obra da Coroa do Meio estava paralisada. Disse, baseado na informação que recebi da Emurb. Isso é reação descabida? falta de respeito? Creio que não. Muito menos ofensa ao Parlamento”.