Na política, é mais comum do que se pensa encontrar lideranças que, por um tempo, estiveram no auge, mas que logo tropeçaram nos próprios pés e acumularam desgastes, como é o caso de Valmir de Francisquinho (PL), que, com discursos e ações contraditórios, vem mudando completamente de postura, praticamente enterrando sua imagem.
Antes do segundo turno das eleições de 2022, o prefeito de Itabaiana conseguiu vender para seus eleitores a imagem de um gestor que combatia o sistema e se apresentava como uma liderança diferente das demais, adotando, principalmente, um cansativo discurso vitimista que, por um período, lhe foi conveniente. No entanto, ele mesmo deixou cair sua máscara de bom samaritano, resultando em uma grande rejeição e passando de vítima para um verdadeiro algoz.
A população, inclusive, tem demonstrado nas redes sociais que está conhecendo a verdadeira face de Valmir. Em meio aos comentários mais frequentes, estão críticas como “Esse Valmir gosta de se aparecer”, “Se acha demais esse cara. Até a voz me dá gastura”, “Valmir tá com o dinheiro desviado do matadouro e quer dar uma de vítima”, além de ironias como “Pode vir em 2026 que Fábio ganha do mesmo jeito” e “Esse foi o rapaz que foi preso pelo roubo do matadouro?”. As reações refletem o desgaste que ele enfrenta, e mostram que a tentativa de manter o discurso de coitado já não cola mais.
Essa mudança foi perceptível a partir do momento em que o “pato” praticamente confessou seus crimes no caso do matadouro, ao tentar, sem sucesso, firmar um acordo com o Ministério Público na tentativa de encerrar a ação judicial. Isso porque, para muitos, isso foi um atestado de culpa.
A justiça rejeitou o acordo e o condenou por improbidade administrativa, deixando-o inelegível por oito anos.
Desde então, o que se tem visto é uma verdadeira mudança de postura por parte de Valmir, que intensificou seus ataques contra aliados e correligionários. Contra Adailton Sousa (PL), por exemplo, ele chegou a afirmar que o ex-prefeito deixou a administração com dívidas, colocando-o na mira de possíveis CPIs na Câmara Municipal de Itabaiana.
Valmir também não poupou críticas a Emília Corrêa (PL), Edvan e Eduardo Amorim (PL), acusando-os indiretamente de tentar isolá-lo na gestão da capital. Houve ainda o episódio envolvendo Rogério Carvalho (PT), que, após se aliar ao pato, enfrentou um grande desgaste quando o prefeito afirmou, em uma rádio, que fez um acordo com o senador para permanecer elegível após as eleições de 2022. Já com Manoel Sukita (PT), chegou a posar para fotos ao seu lado e, pouco depois, tentou desmoralizá-lo.
O mesmo comportamento se repete com seus adversários, como Alex Henrique, alvo frequente de sua mira. Além disso, Valmir tem disparado ataques contra o governador Fábio Mitidieri (PSD), mesmo alegando ser perseguido por ele, pelo sistema e por todos. O prefeito chegou até mesmo a processar o mandatário, acusando-o de abuso de poder nas eleições de 2024, quando vinha com um discurso amenizando a rivalidade política entre ambos.
Ou seja, vendo que o discurso vitimista é uma roupa que não lhe cabe mais, Valmir agora muda de postura, parte publicamente para o ataque e começa a fazer o que tanto criticou antes. Inclusive, como já abordado pela revista, ele articula nos bastidores a formação de um bloco de oposição para enfrentar Fábio em 2026, e os nomes que possivelmente estarão nele, coincidentemente ou não, também dispararam ataques contra o governador.