Antes mesmo de Emília Corrêa (PL) ser eleita prefeita de Aracaju numa eleição histórica, ancorada no discurso de independência e de que iria furar a bolha do sistemão, seus adversários políticos já chamavam atenção para algo que hoje não resta dúvidas de que é realidade: o poder absoluto de Edvan Amorim (PL) na prefeitura da capital sergipana, e que tem custado caro à população.
Segundo informações, é ele quem comanda de 70% a 80% das secretarias e as mais importantes, com orçamentos robustos e poder de execução, como a Secretaria de Educação, que está sob o comando de sua irmã, Edna Amorim, além da Secretaria da Fazenda, da Procuradoria-Geral do Município, da EMURB e da EMSURB.
Enquanto isso, Aracaju já enfrenta uma grave crise administrativa. A coleta de lixo virou sinônimo de caos. A contratação emergencial da empresa Renova não deu conta do serviço, gerando ruas tomadas por sacos de lixo, mau cheiro e risco à saúde pública. A própria prefeita admitiu que a empresa não tinha estrutura para atender a capital, mas ainda assim decidiu contratá-la, e quem sabe até mesmo por orientação de Edvan. O resultado foi paralisações, protestos de trabalhadores por falta de pagamento, e a cidade entregue à sujeira e mais um emergencial, desta vez com a Remac, pagando um preço alto mesmo quando fizeram uma publicidade enganosa de economia.
Na saúde, unidades básicas seguem enfrentando falta de médicos e insumos, conforme denunciam os parlamentares da oposição. Na política, o clima também é instável, sem uma relação harmoniosa com o Legislativo. A exigência de lealdade absoluta e a centralização das decisões afastam nomes importantes e esvaziam a articulação da Prefeitura.
E o que era para ser uma nova forma de governar, deu lugar a uma administração marcada pela submissão e pelo acúmulo de erros, num projeto comandado por Edvan, velha figura conhecida e rejeitada na política sergipana, por seu modus operandi, que agora coloca a gestão num balcão de negócios para alcançar o estado, onde fracassou nas tentativas com Eduardo Amorim e Valmir de Francisquinho. E a quantidade de irregularidades nesse curto prazo de gestão deixa claro que há outros interesses em jogo.