A tentativa da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), de responsabilizar a gestão anterior pela proposta de reforma da Previdência Municipal gerou reação imediata do ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). Em nota divulgada em suas rede sociais, o pedetista refutou qualquer pendência deixada em sua administração que justificasse o projeto enviado pela atual gestão à Câmara de Vereadores.
“Não é verdade que deixei qualquer pendência que obrigasse a atual gestão a fazer essa reforma da Previdência. Culpar minha gestão por isso é desviar o foco e fugir da responsabilidade por uma escolha que é dela”, afirmou Edvaldo.
Segundo o ex-prefeito, Aracaju, assim como mais de 1.200 cidades, optou de forma responsável por não aplicar a reforma federal de 2019 de imediato. Ele lembrou que, à época, prefeitos em todo o país recorreram à Justiça por entenderem que as mudanças prejudicavam os servidores. “A Justiça deu razão em várias decisões. Só em dezembro do ano passado o STF determinou que os municípios teriam que se adequar. A partir daí, coube à nova gestão decidir como fazer”, explicou.
Edvaldo também criticou o conteúdo da proposta enviada por Emília à Câmara, que, segundo ele, “vai além da reforma nacional”. “Ela corta pensões, quebra a paridade e tira direitos de várias famílias”, afirmou.
Diante do desgaste e da pressão, Emília recuou e adotou um novo discurso. Em nova publicação recente, ela declarou que “não recuou por pressão”, mas afirmou que o projeto foi construído “com os sindicatos, em uma Mesa de Negociação respeitosa e transparente”.
A prefeita também declarou que a nova versão do texto “preserva direitos, amplia garantias e foi aprovada por unanimidade pelas entidades sindicais”.