Quando alguém decide transformar preconceito em palanque, o resultado costuma ser sempre o mesmo: descrédito, desgaste e a exposição de um lado que até mesmo alguns extremistas preferem esconder, o desprezo pela dignidade alheia. O episódio recente envolvendo o ex-deputado Arthur do Val, conhecido como “Mamãe Falei”, é apenas mais um retrato do quanto o extremismo político pode ser tóxico e improdutivo.
Em poucos minutos da publicação de seu primeiro vídeo, ficaram expostos todos os ingredientes que, em qualquer lado do espectro ideológico, acabam levando à ruína: arrogância, uma aposta equivocada de que humilhar pessoas pode render prestígio, e a crença de que ofender comunidades inteiras é forma legítima de se projetar politicamente.
Curioso notar que, na ânsia de aparecer, muitos tentam se associar a vozes radicais, acreditando que esse barulho superficial fortalece a imagem pública. Mas a verdade é que esse tipo de discurso não cria empregos. Não melhora escolas. Não pavimenta ruas. Não cura doenças. Só alimenta a discórdia.
É fato que as redes sociais criaram ambientes onde pessoas sentem liberdade para despejar frustrações e rancores que antes ficavam contidos. E discursos como este, por mais agressivos e vazios, acabam funcionando como catalisadores: atraem quem também quer transformar o ódio em bandeira. Mas no longo prazo, sempre cobram seu preço.
Sergipe, que se orgulha de sua cultura, sua educação e seu jeito de receber qualquer pessoa com respeito, não aceita ser reduzido a caricaturas. Quando a ofensa toma o lugar da proposta, quando o xingamento substitui o projeto, só há espaço para retrocesso.
O caso desta semana evidencia que ainda há quem subestime a maturidade do eleitorado. Mas a história recente mostra que esse tipo de radicalismo serve apenas para revelar quem prefere destruir ao invés de somar. E, por mais que tentem transformar rancor em plataforma, cedo ou tarde, a verdade se impõe: extremismo sempre acaba derrotado.
O segundo vídeo, onde traz informações técnicas, não pode ser considerado uma ofensa, mas, para aqueles que seguem seu mesmo viés, um alerta. No entanto, sua voz foi apagada no estado após as agressões de sua primeira fala.