Os Estados Unidos anunciaram ontem, 15, uma investigação comercial contra o Brasil, citando o Pix como exemplo de favorecimento estatal que prejudicaria empresas estadunidenses.
Segundo documento divulgado pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), o Pix teria sido estruturado para beneficiar serviços locais em detrimento de soluções oferecidas por empresas norte-americanas.
“O Brasil também parece se engajar em uma série de práticas desleais com relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a, favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, aponta o documento.
Lançado em 2020, o Pix se consolidou como a principal ferramenta de pagamento eletrônico do país, com mais de 170 milhões de usuários cadastrados. Somente em 2024, foi o meio de pagamento que mais cresceu em número de transações, com alta de 52% e participação de 47% no total de pagamentos eletrônicos no último trimestre.
Em junho, os bancos passaram a oferecer o Pix Automático, que permite o pagamento de contas recorrentes. A novidade se soma às demais funcionalidades já disponíveis: Pix agendado, por aproximação e parcelado.
A depender do desfecho da investigação, os EUA poderão adotar tarifas, impor restrições comerciais ou aplicar outras sanções contra o Brasil. O representante comercial Jamieson Greer declarou, em comunicado, que “as barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil merecem uma investigação aprofundada e, potencialmente, ações de resposta”. O Banco Central ainda não se manifestou sobre as acusações.