Itabaiana é a cidade do Brasil, com mais de 100 mil habitantes, com mais mortes violentas intencionais provocadas por intervenções policiais em 2024, alcançando a taxa de 75,6%. O dado é proporcional, de acordo com o Anuário da Segurança, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Na cidade sergipana, 75,6% das mortes violentas foram causadas por ações policiais. O índice é o mais alto do Brasil e supera com folga cidades como Santos (SP) e São Vicente (SP), ambas com 66,1%, além de Cambé (PR) com 61,9%. Outros municípios com destaque negativo são Arapongas (PR), Eunápolis (BA), Angra dos Reis (RJ) e Santo Antônio de Jesus (BA), todos com proporções acima de 50%.
Ainda segundo o estudo, o município apresentou uma taxa de 28,6% nas mortes decorrentes de intervenções policiais, ficando em segundo lugar na lista das cidades brasileiras.
A taxa em Itabaiana vai na contramão dos resultados obtidos em Sergipe, que apresentou uma redução de 24,5% nas mortes violentas intencionais, no ano passado em relação a 2023. O estado também apresentou uma diminuição de 19% no número de homicídios dolosos.
A Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) informou que o estado apresentou queda de 20,4% nos homicídios, redução de 28% nos roubos e furtos de veículos, nenhum registro de crimes contra instituições financeiras ou roubos de carga.
Também houve redução de 37% nas mortes por intervenção policial e queda de 37% nos feminicídios, o que coloca Sergipe com a segunda menor taxa do país nesse tipo de crime.
Com relação ao município de Itabaiana, que apareceu com o maior percentual de letalidade policial em relação às mortes violentas intencionais, a SSP disse que o dado ocorre em um contexto de queda acentuada da violência na cidade. Os homicídios caíram de 100 em 2016 para 10 em 2024, uma redução de 90%.
Ainda de acordo com a SSP, o cenário é resultado do trabalho integrado das forças de segurança, com foco em inteligência, ação contínua e protocolos voltados à preservação da vida.
Fonte: G1