Um estudo técnico da Desenvolve-SE alerta que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil pode impactar até 0,89% do Produto Interno Bruto (PIB) de Sergipe, dada a forte dependência do estado em relação ao comércio com o país norte-americano, consolidada desde 2024.
Com isso, Sergipe corre o risco de estar entre os estados mais prejudicados do país com a medida, que entra em vigor nesta sexta-feira, 1º, estabelecendo uma alíquota de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado americano.
Segundo dados oficiais do Comex Stat, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), 31,1% das exportações sergipanas foram destinadas aos Estados Unidos no primeiro semestre de 2025. Isso representa um volume de US$ 54,5 milhões, com destaque para petróleo bruto, suco de laranja congelado e óleos essenciais.
A estimativa é que a receita anual com esses produtos despenque de US$ 39,7 milhões para apenas US$ 11,9 milhões, caso a medida seja mantida. Além disso, a perda para a economia estadual ainda pode superar 0,27% do PIB.
A Desenvolve-SE destaca que Sergipe precisa diversificar urgentemente sua pauta exportadora. Entre as sugestões estão o fortalecimento das cadeias petroquímica e de cítricos, com incentivo à industrialização, e a atração de indústrias de cosméticos, aproveitando o potencial dos óleos essenciais já produzidos no estado.
Com uma economia estimada em R$ 62,5 bilhões em 2025 e crescimento de 2,1%, Sergipe terá que se movimentar rapidamente para evitar perdas que podem ultrapassar US$ 2 milhões por mês em receitas de exportação.