O possível comando de Rodrigo Valadares no PL de Sergipe segue dando o que falar e movimentando os bastidores da direita. E conforme informações exclusivas obtidas pela Realce, direto de Brasília, a movimentação já gera desconforto em parlamentares de outros estados, do partido, que avaliam os efeitos de uma eventual entrega do diretório da sigla ao deputado sergipano.
Na capital federal, a leitura é de que a mudança em Sergipe pode abrir precedente para que outros diretórios também enfrentem disputas internas. Isso porque nomes que tentam se colocar como únicos líderes do bolsonarismo têm tentado assumir diretórios estaduais, em confronto direto com lideranças tradicionais. A nível nacional, por exemplo, os filhos de Jair Bolsonaro disputam espaço com Valdemar Costa Neto, presidente do PL há mais de 25 anos.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a instabilidade em Sergipe poderia se repetir em outras regiões, justamente por sinalizar que a legenda não estaria conseguindo conter disputas locais.
No caso sergipano, outro ponto central é como fica Edvan Amorim. Historicamente, ele sempre construiu sua força política elegendo um deputado federal e utilizando figuras de diferentes perfis para atingir seus interesses político e comercial, principalmente nos últimos anos, onde viu a população rejeitar os Amorim. Foi assim com Emília Corrêa (PL), que se tornou prefeita Aracaju, e quase se repetiu com Valmir de Francisquinho, quando esteve prestes a comandar o Estado em 2022.
Agora, ele percebe que está perdendo espaço e defende que o comando do partido fique com Emília ou Valmir, numa ação de desespero. Como já abordado pela Realce, a movimentação de Rodrigo também seria uma reação às dificuldades que vinha enfrentando dentro do partido que almeja migrar, sobretudo diante do apoio desigual da prefeita para o Senado.