A gestão de Emília Corrêa (PL) garantiu apoio logístico à realização da 24ª Parada LGBT+, em Sergipe, realizada na capital neste domingo, 31. Desde então, a prefeita tem sido detonada por aliados do deputado federal Rodrigo Valadares (UB), intensificando ainda mais o clima de racha entre os dois, que já vinham travando uma intensa disputa de bastidores pelo comando do PL no estado.
As críticas se concentram no uso de recursos públicos para viabilizar o evento, algo que incomodou parte da base conservadora que ajudou a eleger a prefeita. Eles lembram que Emília chegou ao poder apoiada por segmentos mais alinhados à direita e agora estaria “traindo valores” ao bancar uma pauta que, segundo eles, não dialoga com esse eleitorado.
A gestão municipal assegurou trios elétricos, palco e, pela primeira vez, o camarote da acessibilidade para pessoas com deficiência. O apoio acontece por meio das secretarias municipais do Turismo (Setur), da Comunicação Social (Secom), da Família e da Assistência Social (Semfas) e da Cultura (Secult Aju), além da Funcaju. A prefeita também destacou a contribuição da SMTT, Guarda Municipal, Defesa Civil e Emsurb para garantir trânsito, segurança, organização e limpeza durante o evento.
Em discurso, Emília defendeu o apoio como estratégia para valorizar a diversidade e movimentar a economia da cidade. “Um evento como esse gera um impacto positivo na cidade, traz turistas, movimenta o comércio e, além disso, coloca em destaque debates importantes, mostrando que as pautas de cuidado, respeito e acolhimento são necessárias”, afirmou.
Mesmo assim, os ataques não cessaram. Flávio da Direita Sergipana a criticou, lembrando até mesmo que nem Edvaldo Nogueira chegou a fazer isso: “A Prefeitura de Aracaju, pela 1ª vez na história, está patrocinando diretamente a Parada LGBT. Lamentável que o dinheiro do pagador de impostos seja utilizado para patrocinar um evento de caráter privado e que vai contra os valores da maioria das pessoas que levaram a atual gestão ao poder. Vamos cobrar para que isso seja revisto para as próximas edições do evento”.
Nas redes sociais, a decisão da prefeita também gerou forte reação popular de conservadores. Houve quem pedisse até uma “parada hétero”, enquanto outros classificaram a medida como “inadmissível” e um “gasto desnecessário” em meio às dificuldades da saúde pública, e muitos se disseram decepcionados com a postura de Emília, que, segundo eles, contraria a base conservadora que a elegeu.
O episódio amplia as fissuras já abertas na relação entre Emília Corrêa e setores do PL, ligados a Rodrigo, num momento em que o deputado intensifica os movimentos para consolidar seu espaço no comando da sigla.