O início do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) ontem, 2, movimentou fortemente os bastidores políticos em Sergipe. Enquanto lideranças da esquerda celebraram a abertura do processo como um marco histórico em defesa da democracia, políticos aliados do ex-presidente reagiram com duras críticas, classificando a ação como perseguição.
Na Câmara Municipal de Aracaju, a vereadora Moana Valadares (PL) foi enfática ao repudiar o processo: “Esse julgamento é uma vergonha. Clara perseguição contra o presidente Bolsonaro”, disparou.
O deputado federal Rodrigo Valadares (UB) também se posicionou nas redes sociais: “Deus transforma maldição em bênção. Eu creio no Deus da reviravolta. Deus irá salvar o nosso país!”. O parlamentar destacou ainda o desembarque da federação União-PP do governo, a força da anistia no Congresso e denúncias contra o ministro Alexandre de Moraes. Em outra manifestação, afirmou: “Querem criminalizar a divergência e apagar a história escrita por 58 milhões. Força Capitão! Uma nação caminha com você.”
O vereador Lúcio Flávio (PL) declarou em entrevista à Rádio Rio FM 102,3 que o julgamento representa “um dia triste de reflexão”, definindo-o como “político e de vingança”. Já o deputado estadual Luizão Dona Trampi (UB) preferiu ser curto e direto: “Neutro só sabonete, aqui é 100% Bolsonaro”.
Por outro lado, o deputado federal João Daniel (PT) disse que “o Brasil acompanha um momento histórico: o julgamento de Bolsonaro e de seu núcleo golpista no STF”. Para ele, a ação reafirma a democracia contra os que tentaram destruí-la.
A deputada estadual Linda Brasil (PSOL) pontuou que o lugar de Bolsonaro é na cadeia: “O ex-presidente que atacou a democracia também foi o responsável pelo genocídio que custou milhares de vidas. Seu lugar é na cadeia. Que a Justiça seja feita!”.
Já o senador Rogério Carvalho (PT), líder do governo Lula no Senado, reforçou que o julgamento vai além da figura de Bolsonaro: “Não se trata apenas de um ex-presidente no banco dos réus. É a democracia em jogo. Ou o país pune os golpistas, ou normaliza o ataque mais grave ao Estado de Direito desde a redemocratização.”
Bolsonaro responde a acusações de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito, entre outros crimes. A pena, caso seja condenado, pode chegar a 46 anos de prisão. Além dele, outros sete acusados, entre militares e civis, estão no banco dos réus.
O julgamento deve se estender até o próximo dia 12.