A pressão popular tem sido grande em torno da disputa territorial entre Aracaju e São Cristóvão. Moradores da capital sergipana têm cobrado o posicionamento dos oito deputados federais de Sergipe diante da decisão judicial que determina a devolução de parte da Zona de Expansão à Cidade-Mãe. Até o momento, nenhum parlamentar se manifestou oficialmente sobre o caso.
Nas redes sociais, os aracajuanos têm se organizado em defesa da permanência da Zona de Expansão sob domínio da capital. Bairros como Mosqueiro, Areia Branca, Matapoa, Santa Maria, Robalo, São José dos Náufragos e Jabotiana são citados diretamente nas convocações feitas por moradores, que argumentam que a mudança ameaça a identidade e o pertencimento da população.
A mobilização também vai para as ruas. Um encontro foi marcado para esta sexta-feira, 5, às 19h, na Orla do Pôr do Sol, no Mosqueiro. O ato tem como objetivo fortalecer a pressão contra a perda de 11% do território aracajuano.
A disputa se arrasta há décadas e voltou ao centro do debate após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou sentença da Justiça Federal em Sergipe declarando inconstitucional a lei municipal de 1989 que alterava os limites sem consulta popular. Com isso, Aracaju deve devolver a área ao município vizinho, decisão que já começou a gerar embates entre a prefeita Emília Corrêa (PL) e o prefeito de São Cristóvão, Júlio Junior (UB).
Enquanto Emília sustenta que Aracaju garante há mais de 70 anos os serviços e investimentos na região, Júlio defende que se trata de uma retomada histórica e legal de um território retirado de São Cristóvão de forma irregular.