As últimas movimentações para a disputa pelas duas cadeiras de Sergipe no Senado em 2026 sacudiram os bastidores da política sergipana e trouxeram prejuízo para alguns dos principais postulantes à Casa Alta, como Alessandro Vieira (MDB) e Rodrigo Valadares (UB).
Quanto a Alessandro, até então, pesquisas internas e análises de bastidores apontavam que ele poderia captar uma fatia relevante do eleitorado de centro-esquerda, especialmente entre os que, embora identificados com Rogério Carvalho (PT), buscavam uma alternativa no segundo voto que fosse mais independente diante da polarização com a extrema-direita. A chegada de Iran Barbosa (PSOL) na corrida, porém, fecha essa possibilidade, já que o psolista deve herdar votos que poderiam migrar para o delegado.
E, embora seja uma opção para o segundo voto de uma parcela do centro-esquerda, o senador enfrenta resistência de boa parte do eleitorado progressista, que ainda o associa ao apoio bolsonarista em sua eleição de 2018. Assim, o maior prejudicado pela pré-candidatura de Iran não é Rogério, e sim Alessandro.
Se, por um lado, a entrada de Iran rouba votos de Alessandro, por outro ela acabou gerando uma reação no grupo de Rogério. Até então confiante de que a eleição caminhava para um cenário confortável, em função do seu bom desempenho no Senado e da rede de alianças costurada, o PT passa a operar em estado de alerta e acaba unificando e fortalecendo ainda mais a pré-campanha dele.
Enquanto isso, no campo bolsonarista, o cenário também passou por uma reformulação. A movimentação de Luizão Dona Trampi (UB) ao se colocar como pré-candidato bolsonarista “raiz” ao Senado impactou diretamente nas articulações em torno de Rodrigo Valadares (UB), que também tem visto respingar negativamente sobre seu projeto para 2026 o episódio da disputa pelo comando do PL em Sergipe.
Ao tentar assumir o partido, Rodrigo bateu de frente com a engrenagem histórica montada por Edvan Amorim, que sempre tratou a legenda como seu principal balcão de negócios.
A resistência de Edvan, Valmir de Francisquinho e da própria prefeita Emília Corrêa expôs a fragilidade de um apoio do bloco que já era visto nos bastidores como fictício. E a rejeição dentro do sistema criado por Amorim esvaziou a narrativa de unidade em torno de Rodrigo, que hoje enfrenta dificuldades para se recompor.
Essas movimentações deixaram claro que tanto Alessandro quanto Rodrigo enfrentam obstáculos maiores do que imaginavam, e a disputa pelo Senado em Sergipe promete ser uma das mais acirradas da eleição de 2026, com cada passo podendo redefinir todo o jogo.