Se tem uma coisa que já está clara no atual cenário político sergipano é de que a oposição iniciará 2026 longe de qualquer unidade como tanto prega. E isso ficou ainda mais evidente com a recente disputa pelo comando do PL em Sergipe, em que Rodrigo Valadares terminou como vencedor e os irmãos Amorim foram despejados e humilhados pela nacional do partido. Eles saíram de mãos abanando, mas sem deixar de atacar o deputado federal, alegando que ele é traidor e que as próximas vítimas serão Bolsonaro e Emília Corrêa, a quem hoje o bolsonarista rasga elogios e tenta a todo custo não perder para Edivan e Eduardo.
A fala mais recente de Eduardo Amorim, por exemplo, reforça a linha já adotada por Edivan, carimbando em definitivo a narrativa de que trair seria parte da natureza de Rodrigo. O ex-senador, em entrevista ao radialista Marcos Aurélio, apontou que não há dúvidas de que, em 2028, quando Emília buscar a reeleição em Aracaju, o deputado poderá virar suas armas contra ela.
Esse movimento, além de expor ainda mais a fissura na oposição, também lança dúvidas sobre a posição de Emília. De um lado, ela vê o grupo dos Amorim reforçando o discurso de que Rodrigo não é confiável; do outro, enfrenta a pressão direta do deputado, que hoje controla a sigla e busca garantir sua liderança sobre o bloco bolsonarista.
O resultado é que a tão falada “unidade da direita” em Sergipe vai se transformando em uma disputa aberta de protagonismo, um verdadeiro jogo de vaidades que a Realce tem antecipado desde 2022. Rodrigo sai com a vitória formal dentro do PL, mas carrega agora o desgaste de ser tachado de traidor por dois antigos aliados de peso. Já os Amorim, mesmo enfraquecidos pela derrota, empurram o desconforto para dentro da própria base conservadora, intensificando a racha na oposição.