A oposição tem o papel legítimo de fiscalizar, cobrar e apontar falhas. Mas há uma linha tênue entre exercer esse papel e torcer para o incêndio se alastrar só para depois aparecer com a mangueira na mão. E o episódio da crise da água mostrou que, para alguns, essa linha já foi atravessada há muito tempo.
O rompimento da adutora do São Francisco, que deixou milhares de sergipanos sem água no início desta última semana, escancarou um comportamento que já vinha sendo observado em parte da oposição sergipana. Setores da classe política aproveitaram o episódio como verdadeiro palanque político e, ao invés de contribuir para a tranquilidade e para o esclarecimento da situação, preferiram espalhar discursos inflamados, jogar dúvidas no ar e ampliar a sensação de caos, para depois surgirem com os “salvadores da pátria”.
Apesar dos pesares, os reparos na adutora já foram solucionados e o abastecimento tem sido retomado gradativamente.
Governador perdeu a paciência
Diante dos já tão veiculados problemas, o governador Fábio Mitidieri (PSD), por sua vez, perdeu a paciência e chamou o feito à ordem e cobrou diretamente ao novo CEO da Iguá Saneamento, René Silva, uma comunicação mais clara da concessionária e rapidez no atendimento às demandas do dia a dia, destacando que, apesar dos investimentos vultosos já feitos pela empresa, falhas simples ainda geram transtornos que poderiam ser evitados.
Gerou polêmica
Ganhou grande repercussão negativa em todo o país a aprovação na Câmara Federal da chamada PEC da Blindagem. E, em Sergipe, Thiago de Joaldo, Gustinho Ribeiro (Republicanos) e Rodrigo Valadares (UB) foram alguns dos que votaram a favor da proposta, o que imediatamente rendeu críticas nas redes sociais e nos bastidores, alimentando o desgaste em torno de seus nomes já de olho em 2026.
Recuou após pressão
Após ser duramente criticado pelo voto favorável, Thiago de Joaldo voltou atrás. Em vídeo publicado em suas redes sociais, o deputado admitiu ter errado ao apoiar a proposta, alegando que sua intenção não era blindar políticos, mas evitar perseguições judiciais de cunho político.
Internautas não receberam bem a desculpa
A justificativa, porém, repetiu o mesmo discurso já usado e não amenizou o desgaste. Nas redes sociais, internautas lembraram até mesmo episódios da trajetória do parlamentar, inclusive sua prisão na Operação Castelo de Cartas, questionando suas contradições. “Não se arrependeu, tá com medo das eleições”, disse um.
Exclusiva
A Realce apurou em Brasília e as informações exclusivas são de que a PEC dificilmente avançará no Senado, dada a pressão contrária de diversos parlamentares e da sociedade civil. Dos senadores sergipanos, por exemplo, todos os três são contra a proposta.
Anistia
E por falar em Brasília, outro tema que tomou conta dos debates nesta semana foi a urgência da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, aprovada com o apoio de 7 dos 8 deputados federais sergipanos. Apenas João Daniel se posicionou contra. A matéria pode ser levada ao plenário já na próxima semana, impulsionada pela forte pressão da base bolsonarista.
Derrota amarga
Apesar das articulações para permanecer na relatoria do projeto, Rodrigo Valadares (UB) acabou escanteado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que optou por entregar a missão a Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Para o sergipano, que sonhava em protagonizar a pauta, o recado foi claro: falta de confiança e de imparcialidade pesaram contra seu nome, deixando-lhe apenas o sabor da derrota.
Esquerda se mobiliza
A esquerda sergipana prepara mobilização para este domingo, 21, em Aracaju, contra a anistia e a PEC da Blindagem. O ato, marcado para as 16h na Praia da Cinelândia, reunirá sindicatos, movimentos sociais e frentes populares como CUT, UGT, CTB, Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular.
Perseguição política
O vereador Alex Henrique (UB) voltou a acusar o prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), de perseguição política após a Justiça Eleitoral rejeitar mais uma ação movida contra ele. Em pronunciamento na Câmara nesta semana, o parlamentar afirmou que o “pato” já entrou com oito processos para tentar cassar seu mandato, todos sem sucesso. “Esse homem que posa de religioso não se conforma com o resultado das urnas e persegue seus adversários nos bastidores”, disparou.
Mudança nos planos
A Realce apurou com exclusividade que Maria Augusta não disputará mais uma cadeira na Assembleia Legislativa de Sergipe em 2026, por estar passando por uma gestação. A informação foi confirmada pela mãe da advogada, a ex-deputada estadual Luiza Ribeiro, que deve assumir a pré-candidatura em seu lugar.