O caso do assassinato do sargento da PM Roberto Carlos Bio, ocorrido em março de 2022, voltou a ganhar repercussão após a defesa do réu, José Ilton, solicitar o desaforamento do julgamento, ou seja, a transferência do júri popular para outra comarca. A medida teria como justificativa o intenso apelo social e as manifestações públicas feitas pela família da vítima, especialmente pela filha, Sheila Bio, que tem mobilizado a sociedade em busca de justiça.
Sheila tem utilizado suas redes para denunciar o crime e cobrar uma condenação. Em vídeos e postagens que já somam milhares de visualizações, ela afirma que não aceitará que a memória do pai seja esquecida e que seguirá mobilizando a opinião pública.
“Meu direito constitucional de liberdade de expressão, sem faltar com a verdade e em busca de justiça, não será silenciado”, destacou em uma das publicações.
A jovem também criticou o pedido da defesa, interpretando-o como uma tentativa de calar a voz da vítima e da sociedade. “Querem calar a sociedade! Mas a sociedade também pede por justiça”, reforçou.
Nos autos, a defesa do réu argumenta que a repercussão das postagens poderia comprometer a imparcialidade dos jurados. Para os advogados, a ampla mobilização online, com convocações e campanhas, teria potencial de influenciar diretamente no julgamento, impossibilitando um veredito isento em Itaporanga D’Ajuda, local onde o crime ocorreu.
O júri popular está agendado para o dia 30 de outubro. Além do homicídio do sargento Roberto Carlos, o réu também responde por duas tentativas de homicídio: contra o filho da vítima e contra o caseiro da família, que estavam presentes no momento do crime.
O crime
De acordo com a Polícia Civil, o sargento foi morto após parar para prestar socorro a um veículo na estrada. O condutor, identificado como José Ilton, teria efetuado quatro disparos de pistola 9mm contra o militar, atingindo-o no tórax. Em seguida, ainda teria atirado contra o filho do policial, que sobreviveu, e contra um caseiro.