De olho na disputa presidencial das eleições de 2026, os conservadores tentam unificar a direita com um nome de consenso. O Partido Liberal (PL) segue empenhado para manter Jair Bolsonaro como principal opção, mesmo diante das condenações no TSE, dos desdobramentos do julgamento do Plano de Golpe de Estado e de sua inelegibilidade. O foco é usar a influência simbólica do ex-presidente para isso. Mas, outros nomes também vêm sendo cogitados nos bastidores: Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Zema e Caiado.
No caso de Tarcísio, o governador de São Paulo esteve ontem, 29, em encontro com Bolsonaro e reafirmou sua intenção de concorrer à reeleição no comando paulista, descartando disputar a Presidência. Analistas interpretam a movimentação como uma tentativa de manter a lealdade ao bolsonarismo e, ao mesmo tempo, evitar um precoce desgaste nacional.
Já Michelle surge como uma alternativa discutida dentro do próprio PL. Em julho, Bolsonaro confirmou que ela será candidata ao Senado pelo Distrito Federal em 2026. Ainda assim, a ex-primeira-dama é tratada nos bastidores como uma opção de “plano B” para o Planalto, caso o bolsonarismo precise de um nome de forte apelo simbólico e popular, especialmente entre o eleitorado conservador feminino e evangélico. Mas a própria já declarou que seu objetivo não é a presidência, e sim “ser primeira-dama” novamente.
Outro nome que circula é o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele demonstra disposição de trilhar um caminho independente, o que preocupa lideranças da direita por abrir espaço para mais fragmentação interna. Sua pré-candidatura à Presidência, no entanto, não é consenso: aliados avaliam que sua força pode se diluir sem uma estratégia coordenada e sem o apoio integral do PL. Ou seja, seria a opção menos viável.
Além destes, governadores da direita começam a se movimentar nacionalmente e buscar espaço. O mineiro Romeu Zema (Novo) lançou-se como pré-candidato e tenta ocupar o vácuo deixado por Bolsonaro. Já o goiano Ronaldo Caiado (União Brasil) aposta em um tom mais duro contra o presidente Lula, buscando apoio no agronegócio e em setores do Congresso.
A palavra final deva partir do núcleo bolsonarista. Até lá, a direita segue em busca por uma liderança capaz de unificar o campo conservador rumo a 2026.