Enquanto vereador, Ricardo Marques (Cidadania) ganhou destaque por ser um dos parlamentares mais atuantes de Aracaju, principalmente devido a sua presença constante nas ruas e pelas fiscalizações sobre ações da Prefeitura na gestão de Edvaldo Nogueira (PDT). E esse estilo inegavelmente lhe rendeu popularidade, e é o que tem tentado retomar agora que deixou a Secom.
Quando foi confirmado como vice na chapa de Emília Corrêa (PL), a expectativa nos bastidores era de que ele mantivesse essa postura crítica e vigilante, mesmo integrando o Executivo. No entanto, assim que a dupla foi eleita, Ricardo assumiu a Secretaria, o que naturalmente o colocou em uma posição voltada à defesa das ações da gestão, sem espaço para críticas, nem mesmo construtivas. Nos bastidores, as informações são de que essa decisão foi tomada justamente por conta do perfil do vice, numa tentativa de engessá-lo na função.
Isso, porém, já começou a mudar desde que deixou a Secom na última semana. O vice-prefeito tem adotado um comportamento “fiscalizador” e, em publicações recentes nas redes sociais, já fez cobranças, iniciando o movimento com visitas ao Bugio. “Estar nas ruas é o meu jeito de fazer política”, escreveu Ricardo.
“Hoje estive no Bugio, acompanhando de perto as mudanças no trânsito que surgiram desde a construção da da Perimetral Oeste, uma obra importante, mas que precisa sempre ter a escuta da comunidade […] Muitos moradores relataram dificuldades em alguns acessos, e eu vim pessoalmente ouvir, entender. As demandas já estão com SMTT e à Prefeitura”, detalhou.
A movimentação ganha força num momento de fragilidade em sua relação com Emília, que estaria por um fio, segundo informações, e próxima de um rompimento definitivo.
Em resposta a uma seguidora que o acusou de ser “vice só no nome”, Ricardo rebateu: “O vice-prefeito não tem poder de decisão direta, mas sigo firme, nas ruas, ouvindo o povo e cobrando melhorias. Meu compromisso é continuar presente e fazendo o que estiver ao meu alcance para ajudar nossa cidade”. Ele ainda salientou: “Lembre que na política tudo é passageiro”.