Após a repercussão da decisão judicial que o condenou por supostas irregularidades em contratos firmados durante sua gestão à frente da Prefeitura de Estância, o ex-prefeito Gilson Andrade se pronunciou e negou estar inelegível. Em declaração exclusiva à Realce, ele afirmou que irá recorrer da decisão e reforçou que mantém sua pré-candidatura a deputado estadual.
“Não estou inelegível. Nós iremos recorrer. O processo não está transitado em julgado. Vamos recorrer ao Tribunal de Justiça para que tudo possa ser esclarecido. Aproveito o momento para dizer que mantenho a minha pré-candidatura a deputado estadual”, declarou Gilson.
A fala foi feita após decisão da Justiça de Estância, que condenou o ex-prefeito e outros ex-gestores por um suposto esquema de fraudes em contratos, apontado pelo Ministério Público de Sergipe (MPSE). A sentença, que ainda cabe recurso, também inclui ex-servidores e empresas envolvidas, e prevê, entre as penalidades, a perda temporária dos direitos políticos e a restituição integral dos valores.
Para a revista, Gilson explicou que, ao assumir a gestão, já encontrou contratos emergenciais vigentes na área de limpeza urbana e coleta de lixo, firmados ainda pela administração anterior. Segundo ele, o município deu continuidade ao serviço por ser considerado essencial, mas iniciou logo em seguida um novo processo licitatório para regularizar a contratação.
“Veja só, quando eu assumi a gestão em 2017, já havia uma licitação em caráter emergencial para a limpeza urbana e a coleta de lixo do município. Nós mantivemos essas empresas, não trouxemos novas empresas, mantivemos essas empresas. Inclusive, houve um determinado aumento, uma redução dos custos e, ao mesmo tempo, nós iniciamos o processo de licitação de forma definitiva, para que nós pudéssemos, nesse íntere, acabar com o emergencial”, explicou.
O ex-prefeito detalhou ainda que o processo licitatório chegou a ser suspenso pela Justiça e questionado pelo Ministério Público do Trabalho, mas acabou concluído após diálogo com os órgãos de controle. “Nós publicamos, inclusive, em um determinado momento, o edital para a licitação. A Justiça, através do pedido de uma empresa, suspendeu o processo de licitação. No outro determinado momento, o Ministério Público do Trabalho entrou com diversos questionamentos em relação ao edital e nós dialogamos continuamente com o Ministério Público do Trabalho e com o Ministério Público Estadual. E nós concluímos o processo de licitação, onde diversas empresas participaram do certame e a RAMAC foi a empresa ganhadora, empresa essa que já estava na gestão municipal desde a gestão anterior”, afirmou.
Segundo Gilson, não houve desvio de recursos durante sua gestão, e todos os pagamentos foram feitos conforme os serviços efetivamente prestados: “O que cabia ao município, o município fez. O que cabia ao município do ponto de vista da legalidade, da seriedade com a coisa pública, nós fizemos. Inclusive, não houve desvio de recursos, porque os recursos que foram pagos às empresas foram pagos de forma devida, foram pagos de forma correta, porque os serviços estavam sendo prestados.”
Como a decisão é de primeira instância, os efeitos estão suspensos até o julgamento do recurso, o que mantém Gilson apto a disputar as eleições de 2026.


