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Entrevista

Realce dá início hoje a uma série especial de entrevistas com os candidatos ao Quinto Constitucional, começando com a defensora pública Carla Karol.

22/10/2025
Em Notícias
Entrevista

Carla Caroline

A Realce inicia hoje uma série especial de entrevistas exclusivas com os candidatos ao Quinto Constitucional em Sergipe, trazendo as histórias, propostas e visões de quem disputa uma das vagas mais relevantes da advocacia sergipana. A primeira entrevistada é a defensora pública Carla Caroline de Oliveira Silva, natural do Rio de Janeiro e radicada em Aracaju desde 1988, que recebeu recentemente o título de Cidadã Sergipana.

Conhecida por sua trajetória marcada pela militância social, pela defesa dos direitos humanos e pela luta contra o racismo estrutural e a desigualdade de gênero, Carla destacou à Realce a importância da representatividade das mulheres negras no Judiciário e o avanço histórico da inclusão de políticas afirmativas no processo do Quinto Constitucional. Na entrevista, ela também defende um Judiciário mais plural, humanizado e próximo da realidade social.

Confira entrevista completa:

Realce: Para começar, conte um pouco da sua trajetória na advocacia. Como você iniciou sua carreira e quais experiências considera mais marcantes na sua caminhada até aqui?

Carla: Minha jornada no Direito começou em Aracaju, cidade que me acolheu desde os 3 anos de idade e onde me formei em 2010. Meu início foi pautado pela busca de experiências em diversas áreas do setor público, com estágios na SMTT, Ministério Público, Procuradoria da República e, finalmente, na Defensoria Pública. A advocacia pública, em especial a Defensoria Pública do Estado de Sergipe (DPSE), onde ingressei por concurso, foi o lugar que escolhi para dedicar minha vida profissional.

Considero como a experiência mais marcante a minha atuação como Defensora Pública, pois é um trabalho que me permite atuar diretamente na defesa dos direitos dos mais vulneráveis, enfrentando o racismo estrutural, a desigualdade social e a violência de gênero. A vivência no Tribunal do Júri, que me inspirou a coidealizar o projeto “Bruxas do Plenário” e a escrever o livro de mesmo nome, destacando a atuação de juristas mulheres, é um ponto de grande relevância. Além disso, a coordenação da Comissão de Igualdade Étnico-Racial da ANADEP e a presidência da Comissão de Trabalho de Enfrentamento à Desigualdade Social e ao Racismo Estrutural da DPSE, demonstram meu compromisso com a justiça social para além das atividades rotineiras. Minha passagem recente como Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM) da OAB/SE também me permitiu servir a advocacia sergipana na pauta feminina.

Realce: Como você enxerga a importância da representatividade das mulheres negras nesse espaço do Poder Judiciário?

Carla:  A representatividade das mulheres negras no Poder Judiciário é um imperativo ético, democrático e constitucional. Em um país majoritariamente negro e feminino, a ausência de mulheres negras em espaços de poder, especialmente nos tribunais, gera um déficit de legitimidade e de perspectiva.
Quando uma mulher negra ocupa um cargo de Desembargadora, ela não apenas quebra um teto de vidro, mas traz para a mesa de decisões uma vivência e um olhar que foram historicamente silenciados. Esse olhar é fundamental para a correta aplicação do Direito, que deve ser sensível às intersecções de raça, gênero e classe, garantindo que a justiça seja, de fato, para todos e todas. É um passo crucial para descolonizar o Direito e o Judiciário.

Realce: Pela primeira vez, o edital do Quinto Constitucional da OAB/SE incluiu critérios de políticas afirmativas, como para pessoas com deficiência, candidatos(as) da representatividade racial, entre outros. Qual é a sua avaliação sobre essa medida e como vê o avanço da pauta da inclusão dentro da advocacia e do sistema de Justiça? 

Carla: A inclusão de critérios de políticas afirmativas no edital do Quinto Constitucional da OAB/SE, como cotas para pessoas com deficiência e percentual mínimo para candidatos de representatividade racial e mulheres, é uma medida histórica e vanguardista. É um avanço que coloca Sergipe na liderança nacional da pauta de inclusão na advocacia e no sistema de Justiça.

Minha avaliação é extremamente positiva. Tais ações demonstram que a OAB/SE, atenta à realidade social, reconhece a necessidade de intervir ativamente para corrigir assimetrias históricas e estruturais. A diversidade de perspectivas e experiências é essencial para a qualidade da prestação jurisdicional. A inclusão de advogados e advogadas de grupos historicamente sub-representados no Tribunal de Justiça não é apenas sobre cotas, é sobre aprimorar o Direito e a Justiça. Isso reforça a credibilidade do sistema junto à sociedade.

Realce: A disputa pelo Quinto costuma exigir diálogo, articulação e credibilidade entre os pares. Como tem sido a sua relação com os colegas de profissão e de que forma você pretende construir essa caminhada de forma coletiva? 

Carla:  Minha relação com os colegas de profissão, tanto na advocacia privada quanto na pública, é pautada pelo diálogo, pela transparência e pelo respeito mútuo. Minha trajetória na Defensoria Pública e nas comissões da OAB/SE, incluindo a presidência da CDDM, me proporcionou uma profunda conexão com a base da advocacia, os movimentos sociais e a defesa dos direitos humanos.
Minha proposta para a construção desta caminhada é, e sempre foi, coletiva. O Quinto Constitucional é a voz da advocacia no Tribunal. Por isso, a escuta ativa das demandas da classe, o compromisso com as prerrogativas e a busca por um Judiciário mais acessível e eficiente são inegociáveis. Pretendo ser a ponte que leva a pluralidade e a força da advocacia sergipana para o Tribunal.

Realce: Muitos advogados e advogadas afirmam que o Quinto é uma oportunidade de levar a voz da classe para dentro do Tribunal. Que contribuições você acredita poder oferecer ao Judiciário sergipano, caso chegue ao cargo de desembargadora?

Carla:  Caso eu seja honrada com o cargo de Desembargadora, pretendo contribuir com o Judiciário sergipano com uma perspectiva humanista e social, adquirida em anos de serviço a advocacia e de Trabalho na Defensoria Pública. Minhas principais contribuições seriam:
Voz da Vulnerabilidade: Trazer a experiência do contato direto com a realidade das pessoas mais vulneráveis, garantindo que as decisões judiciais sejam sensíveis às questões de justiça social, desigualdade e direitos humanos.
Olhar Interseccional: Aplicar uma perspectiva de gênero, raça e classe nas decisões, contribuindo para a construção de uma jurisprudência mais justa e equânime, combatendo o racismo e o machismo estrutural.
Compromisso com as Prerrogativas: Fortalecer o diálogo institucional entre o Tribunal e a advocacia, zelando pelas prerrogativas profissionais, que são essenciais para o pleno exercício da defesa e o acesso à justiça.
Gestão Humanizada: Contribuir para a gestão do Tribunal com foco na eficiência, transparência e humanização, buscando celeridade processual sem abrir mão da qualidade e da atenção individualizada aos jurisdicionados.

Realce: Por fim, o que motiva Carla Caroline a colocar seu nome à disposição nesse processo? Que mensagem você gostaria de deixar para a advocacia sergipana que vai decidir essa eleição?

Carla: O que me motiva a colocar meu nome à disposição neste processo é a profunda convicção de que é tempo de avançar. É tempo de fazer o que nunca foi feito em Sergipe: ter uma mulher negra, oriunda da advocacia de trincheira e que atua em favor dos mais vulneráveis, ocupando um cargo de Desembargadora. Não se trata de um projeto individual, mas de um projeto de representatividade e de transformação.

Minha mensagem para a advocacia sergipana, que decidirá esta eleição, é de coragem e esperança. O voto de cada advogado e advogada é um instrumento poderoso de mudança. Escolher meu nome é escolher não apenas a representatividade, mas também a advocacia real que labuta diariamente nos corredores dos foruns e nos balcões das varas judiciarias, bem como é a experiência de quem sempre esteve ao lado dos direitos humanos e da justiça social. É escolher um Judiciário mais inclusivo e mais próximo da realidade de Sergipe. Conto com o apoio da advocacia para que, juntos, possamos escrever um novo capítulo na história do Poder Judiciário sergipano

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