O deputado federal Thiago de Joaldo voltou a causar polêmica e ser criticado nesta quinta-feira, 30, ao tentar desviar o foco de uma denúncia grave sobre gastos suspeitos de seu mandato, numa tentativa clara de se colocar como vítima.
O parlamentar tentou inverter a situação, inclusive atacando o trabalho investigativo da imprensa. Em vídeo publicado em suas redes sociais alegou que um jornalista faria parte de uma “milícia digital” e afirmou que a reportagem que revelou seus gastos seria parte de uma suposta perseguição política.
As declarações surgem um dia após a divulgação de um levantamento que aponta que o parlamentar gastou R$ 1,5 milhão em apenas nove meses de mandato.
De acordo com os dados públicos da Câmara dos Deputados, os valores incluem R$ 1,12 milhão destinados ao pagamento de assessores e R$ 394 mil em cota parlamentar, usada para cobrir despesas como passagens, publicidade e aluguel de veículos. Um dos pontos mais questionados diz respeito ao contrato de R$ 153 mil com a agência Liberty LTDA, sediada em Tobias Barreto, mesma cidade do assessor de comunicação do deputado, Gerliano Lima Brito, que também recebe salário mensal de R$ 9.678,22 pagos com recursos da Câmara.
Ao invés de apresentar explicações consistentes sobre o uso dos recursos, Thiago preferiu acusar jornalistas de atuarem de forma criminosa, citando inclusive o nome de um servidor público, e expondo uma foto dele. Sem provas, o parlamentar tenta deslegitimar o trabalho investigativo e transformar uma denúncia baseada em dados oficiais em uma suposta perseguição.
Profissionais da imprensa prestaram solidariedade ao jornalista. A página “Fato Sergipe”, por exemplo, salientou a legitimidade do trabalho do comunicador e frisou: “Numa democracia saudável, a imprensa jamais pode ser enfraquecida”.
Em nota, a Secom do Governo repudiou as declarações de Thiago, classificando-as como uma tentativa de politizar o trabalho técnico e ético desempenhado pelos servidores da pasta. A pasta também destacou que os questionamentos realizados por jornalistas, inclusive aqueles que exercem funções públicas, são plenamente legítimos, desde que feitos fora do horário de expediente, conforme garantem o artigo 5º da Constituição Federal e a Lei de Acesso à Informação.


